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Ibovespa sobe 1,39% após notícia sobre julgamento de Lula

As ações do setor financeiro foram as primeiras a mostrar recuperação

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Publicado em 12/12/2017 às 18:25
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A instabilidade foi a principal característica do pregão no Índice Bovespa nesta terça-feira (12) que alternou altas e baixas inúmeras vezes ao longo do pregão e terminou o dia aos 73 813,53 pontos, na máxima do dia, com alta de 1,39%. As incertezas quanto à aprovação da reforma da Previdência continuaram no centro das atenções, favorecendo a volatilidade das ações ao longo do dia. Mas foi nos minutos finais de negociação que a alta se consolidou, a partir da notícia de que o TRF-4 marcou o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato para o dia 24 de janeiro.

"É uma notícia que gera otimismo no mercado, pois ao menos teremos a possibilidade de um cenário eleitoral menos nervoso em 2018", disse em tom de comemoração um analista nos minutos finais do pregão.

Com a informação sobre o julgamento de Lula, as ações do setor financeiro foram as primeiras a mostrar recuperação, o que acabou por ser determinante para os ganhos do Ibovespa. Bloco de maior peso na composição do Ibovespa, os papéis de maior destaque nesse grupo foram Banco do Brasil ON (+2,19%) e Bradesco ON (+2,03%). Os papéis da Petrobras operaram em queda na maior parte do dia, alinhados à queda do petróleo. No final, as ações da petroleira também refletiram a mudança na percepção de risco político e terminaram o dia com altas de 1,38% (ON) e 0,72% (PN).

Ao longo do pregão, um dos principais fatores de instabilidade do Ibovespa foi a atuação de investidores do mercado de opções sobre o índice, cujo vencimento acontece nesta quarta-feira. Outros afirmam que a alternância de sinais foi resultado da própria indefinição e retração do mercado, cujas operações têm se concentrado no curto prazo. À medida que o tempo passa e os integrantes do governo se manifestam, cresce o ceticismo de alguns e a tensão de outros em relação à reforma da Previdência.

"O mercado já aceitou que não vai haver votação da reforma este ano. Assim, na ausência de algum fato mais concreto, o impacto das declarações de membros do governo tende a diminuir", disse Fabrício Stigliano, analista da Walpires Corretora. "Ainda assim, apostamos na manutenção de um mercado mais volátil até o final de dezembro, num contexto de menor volume financeiro", afirmou.

Em suas manifestações públicas do dia, o presidente Michel Temer emitiu sinais divergentes no que diz respeito à votação da reforma. Em almoço oferecido ao presidente da Macedônia Gjorge Ivanov, ele disse que o governo vai avaliar até segunda-feira (18) se tem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar a proposta. Caso contrário, as discussões seriam encerradas na Câmara e a votação ficaria para fevereiro de 2018. Horas depois, fez um apelo à classe política em favor da aprovação neste ano. "É fundamental que votemos a reforma da Previdência ainda este ano", disse Temer.

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