CONSUMO

Número de pernambucanos que pretendem comemorar festas juninas cai 11,9%

Em Caruaru, cidade tradicional dos festejos, a queda foi de 20,6%. Empresários também esperam queda nas vendas.

Da editoria de economia
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Publicado em 18/06/2015 às 5:00
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Em Caruaru, cidade tradicional dos festejos, a queda foi de 20,6%. Empresários também esperam queda nas vendas. - FOTO: Flora Pimentel / Acervo JC Imagem
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Os festejos juninos em Pernambuco não escaparam dos impactos da crise econômica. O número de pessoas que têm intenção de comemorar, seja indo a um show, viajando ou fazendo uma festa em casa, caiu 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. É o que apontam os dados da pesquisa de intenção de compras e disposição de gastos divulgada pelo Instituto Fecomércio-PE, em parceria com o Sebrae-PE. Os empresários do varejo pernambucano também não devem comemorar em junho: eles estão pessimistas e esperam uma retração de 3,7% no volume de vendas.

Apenas 65,5% dos entrevistados pretendem participar das festas, quando, em 2014, a percela de pessoas que tinham essa intenção era de 77,4%. A cidade de Caruaru, conhecida como a capital do forró, foi a que apresentou maior redução: 20,6%. No ano passado, mais 88,1% das pessoas afirmaram que iriam comemorar. Neste ano, 67,8% pretendem aproveitar as festas.

O agravamento do quadro econômico nacional, com a inflação em alta, o desemprego e a queda no nível de renda das famílias, foi apontado como motivo das quedas nas comemorações. “Mais uma vez, o cenário econômico prejudicou a propensão à comemoração, o que também aconteceu no Dia das Mães e no Dia dos Namorados”, diz o economista da Fecomércio, Rafael Ramos. 

De acordo com ele, as famílias de renda mais baixa foram as que menos demonstraram interesse em participar da festa. “As pessoas das classes D e E têm uma renda mais comprometida por causa do aumento taxa de energia e água, por exemplo, que tem um peso muito grande na renda desas pessoas”, lembra.

Os empresários estão acompanhando o momento de menor intenção de consumo: quase metade deles (45,1%) acredita que as vendas do comércio em junho serão menores que as do ano passado. 

O reflexo da expectativa de redução no volume das vendas do varejo (-3,7%) se traduz no baixo índice de intenção de contratação de mão de obra temporária. Apenas 14,2% dos empresários pretendem contratar no período. “Se eles percebem que o consumo vai ser baixo, não vão contratar”, ressalta Ramos.


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