CANA-DE-AÇÚCAR

Usina Pumaty volta à ativa e produz R$ 22 milhões em álcool

Depois de dois anos de ócio, usina enfrenta recuperação judicial com arrendamento da Agrocan. Cooperativa quer fazer o mesmo com a Cruangi

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Publicado em 23/01/2015 às 7:02
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Depois de dois anos de ócio, usina enfrenta recuperação judicial com arrendamento da Agrocan. Cooperativa quer fazer o mesmo com a Cruangi - FOTO: Divulgação
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A organização de 1.200 produtores de cana-de-açúcar da Zona da Mata Sul do Estado mostra como o setor sucroalcooleiro pode enfrentar a crise: com R$ 1 milhão em investimentos, eles reativaram a Usina Pumaty e, em dois meses, produziram 14 milhões de litros de etanol, gerando um faturamento de R$ 22 milhões. Mas eles alegam que, para o negócio permanecer viável e esse sucesso resgatar também a Usina Cruangi, na Zona da Mata Norte, é preciso que o governo estadual conceda isenção de ICMS.

Desde que voltou à ativa, a Pumaty moeu mais de 240 mil toneladas de cana. A expectativa é que o volume total chegue a 550 mil toneladas até abril, quando se encerra esta safra. O etanol fabricado é do tipo hidratado – cerca de 70% são consumidos internamente e o restante vai para Estados como Alagoas e Bahia. Na usina, trabalham 350 operários. “Mas ainda vai ficar muita cana no campo, especialmente se chover”, comenta o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Lima.

Tanto a Pumaty, na cidade de Joaquim Nabuco, quanto a Cruangi, em Timbaúba, estão em recuperação judicial. Fechadas há dois anos, ambas foram afetadas pelo o que os produtores chamam de “uma das maiores crises da história do setor”, como relata Alexandre. Nos últimos cinco anos, mais de 10 usinas fecharam em Pernambuco; número que chega a 40 no Nordeste. Sem ter onde moer sua produção, os produtores da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Agrocan) fizeram o investimento emergencial.

Na Pumaty, para produzir açúcar seriam necessários reparos e novos equipamentos, devido ao tempo que a estrutura ficou ociosa. Para a Cruangi, a expectativa é que a garantia de que os débitos não vão passar para a Agrocan saia antes da próxima safra, em agosto. Enquanto isso, os produtores da Zona da Mata Norte estão levando aproximadamente 540 mil toneladas de cana para a Paraíba. Como a matéria-prima já é isenta de ICMS, quem está ganhando com o imposto da moagem é o governo paraibano.

Aqui, a Pumaty já pagou R$ 2 milhões de ICMS. A Agrocan paga ainda R$ 480 mil de arrendamento – equivalente a 4% do faturamento. Esse dinheiro vai para as dívidas que ainda pesam sobre a usina. Contudo, Alexandre diz que o pleito dos produtores é a isenção do ICMS sobre a produção em Pernambuco. Para ganhar apoio em relação a isso, ontem a Unida reuniu-se com o secretário estadual de Agricultura, Nilton Mota, e hoje a Pumaty recebe a visita dele e do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

ANIDRO - Outro foco de atenção do setor sucroalcooleiro pernambucano é a definição, pelo governo federal, sobre o percentual de etanol anidro (com menos de 1% de água) adicionado à gasolina vendida nos postos. Atualmente, é de 25%. Pode subir para 27,5%, como determina o projeto de lei sancionado pela presidenta Dilma Rousseff em setembro passado. Uma reunião técnica está marcada para o dia 28 deste mês e, no dia 2 de fevereiro, a decisão deve ser anunciada. Na última safra de Pernambuco, 62% dos 316 milhões de litros de etanol produzidos eram do tipo anidro.

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