INDÚSTRIA

Abandono da obra da Refinaria Abreu e Lima desgasta equipamentos

O chamado "segundo trem" foi paralisado com 80% de conclusão

editoria de Economia
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Publicado em 08/05/2015 às 8:49
Blog de Jamildo
O chamado "segundo trem" foi paralisado com 80% de conclusão - FOTO: Blog de Jamildo
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Denúncia feita no Blog de Jamildo esta semana expõe o abandono da segunda parte da Refinaria Abreu e Lima (Rnest): equipamentos e componentes que deveriam estar produzindo diesel estão ao relento, perdendo valor a cada dia e aos poucos se transformando em entulho.

O chamado “segundo trem” da refinaria teve sua construção interrompida com 80% de conclusão no início deste ano, como um dos reflexos da Operação Lava Jato. Sem ele, a usina não opera em sua capacidade total. A Petrobras não revela os níveis de produção atuais, mas, para se ter uma ideia, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro PE/PB), enquanto a previsão era de 1.500 pessoas atuarem no empreendimento, hoje apenas 500 estão em atividade.

O Blog de Jamildo exibiu imagens da deterioração. Duas delas podem ser vistas ao lado. As fotos foram feitas por uma fonte do blog, que não se identificou mas que está diretamente relacionada às atividades da refinaria. De acordo com essa fonte, muitos dos itens não poderiam estar ao relento, porque são sensíveis ao sol, chuva e vento.

Ao JC, o Sindipetro ratificou as informações. “Tudo tem seu prazo de validade e as coisas vão se perdendo. Está totalmente parado e o desgaste é inevitável”, comenta o coordenador geral do sindicato, Marcos Aurélio Monteiro. “Da forma que as empresas (da construção) saíram, elas abandonaram tudo como estava. A manutenção mínima que estão dando não é suficiente”.

Para Marcos o problema se agrava à medida que não há perspectiva de volta. “Há uma perspectiva interna de que se retomem as obras em cinco anos, mas considerando outras informações que temos recebido, não haverá retomada. Queremos que haja, porque se não houver as perdas serão muito maiores, tanto financeiras para a Petrobras quanto para o Estado”, pontua.

A Petrobras foi questionada pela reportagem do JC com diversas perguntas acerca da conservação das instalações e da possibilidade de retomada das obras, mas a estatal informou que não vai comentar o assunto.

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