Mão de obra

Ex-funcionários da Mendes Júnior protestam por pagamentos

Operários trabalharam na obra da Transposição e não receberam rescisões

Da editoria de economia
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Publicado em 06/01/2017 às 7:00
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Operários trabalharam na obra da Transposição e não receberam rescisões - FOTO: Divulgação
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Ex-funcionários da empreiteira Mendes Júnior, que trabalharam nas obras da Transposição do Rio São Francisco, invadiram ontem a Gerência de Operações do Ministério da Integração Nacional (MI), em Salgueiro (Sertão). Os operários foram cobrar o pagamento do restante de suas rescisões, prometido pela Mendes Júnior para o fim de dezembro. A empresa foi contratada pelo MI para fazer esse trecho da obra e 1.130 pessoas ficaram sem receber.

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE) explica que assim como aconteceu com ex-funcionários de empreiteiras da Petrobras na obra da Refinaria Abreu e Lima, a história se repete na Transposição. A Mendes Júnior também é investigada na operação Lava Jato e está em processo de recuperação judicial desde março de 2016.

JUSTIÇA

No ano passado, o Sintepav-PE ingressou com duas ações coletivas, uma pedindo o pagamento de um salário atrasado e outro de pagamento das rescisões. De acordo com o sindicato, o valor total da ação está calculado em R$ 44 milhões e já foram liberados cerca de R$ 20 milhões. Os repasses foram realizados com recursos do Ministério da Integração que a Mendes Júnior ainda tinha a receber da obra. O MI tem outros depósitos a fazer, mas o fato de a empresa estar sendo investigada na Lava Jato tem dificultado o processo.

Procurado pelo JC, o Ministério da Integração responde que “os funcionários que atuavam na execução das obras do Projeto São Francisco foram contratados diretamente pela Mendes Júnior, que é a única e exclusiva responsável pelos pagamentos de salários e direitos de cada trabalhador. Mesmo sem possuir vínculo com os funcionários, o MI realizou, por caráter social, um depósito judicial no valor de R$ 11 milhões em novembro de 2016”. O dinheiro foi repassado ao pagamento dos ex-funcionários.

O MI diz, ainda, que sua equipe técnica está avaliando a possibilidade de outros repasses a partir de créditos devidos à empresa, mas que isso demanda tempo e tramitação legal.

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