Um apagão atingiu 41 cidades dos sertões Central e do Araripe, ontem pela manhã, por causa de uma falha no equipamento da subestação de Bom Nome, localizada no município de São José do Belmonte, a 473 km do Recife. A subestação pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). A falta de energia atingiu cerca de 400 mil usuários.
Em média, a primeira falta de energia ocorreu das 9h30 às 11h14m. A segunda começou a partir das 11h40m e se estendeu até as 13h18m. Aos poucos, o serviço foi voltando ao normal. Na cidade de Exu, no Sertão do Araripe, a energia faltou das 11 horas às 16 horas.
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A interrupção do serviço ocorreu por duas horas e meia durante a manhã em várias cidades do Araripe como Araripina, Ouricuri e Trindade. “O gerador entrou logo depois da interrupção. No entanto, trouxe transtorno porque como ocorreu uma parada momentânea, tivemos que parar e desobstruir todo o equipamento que estava com material quando faltou energia. Isso significou uma parada de pelo menos 30 minutos”, contou o sócio-gerente da Indústria de Gessos Especiais Ltda, Josias Inojosa Filho. A empresa dele fica em Araripina.
IMPACTO
Sem ter como mensurar o prejuízo de imediato, Josias argumentou que a interrupção do serviço trouxe mais custos, pois “passamos quase duas horas produzindo energia com óleo diesel para não parar a fábrica”.
Também faltou energia em cidades como Serra Talhada e Salgueiro, também atendidas pela subestação de Bom Nome.
O apagão volta a chamar a atenção para os problemas enfrentados pela Chesf. A estatal teve um bloqueio judicial de cerca de R$ 490 milhões entre junho do ano passado até 24 de janeiro último. A empresa não podia usar esses recursos, provocando a paralisação de várias obras. “Isso comprometeu a manutenção”, diz o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco, José Barbosa. Desde 2013, a empresa também perdeu receita com a Medida Provisória 579 que se transformou na Lei Federal 12.783. O preço da energia comercializada pela estatal foi reduzido em troca da renovação das concessões de algumas hidrelétricas.
O diretor de Operações da Chesf, José Henrique Franklin, disse que a estatal cumpre rigorosamente todo o plano de manutenção estabelecido pela estatal. Ele adiantou que o problema foi isolado pelos técnicos assim que foi detectado.