O número de pessoas que pretendem comemorar o Dia das Mães na Região Metropolitana do Recife (RMR) caiu entre 2016 e 2017. Este ano, 74% das pessoas entrevistadas pelo levantamento promovido pela Fecomércio-PE irão manter a tradição, contra 78,4% do ano passado. O comportamento – que contraria as expectativas positivas do comércio de todo o País – ainda é consequência da queda do nível do emprego e da renda no Grande Recife.
Leia Também
O endividamento e o desemprego foram os principais fatores econômicos usados como justificativa para os que não irão celebrar a data, apontados por 33,1% e 26,7%, respectivamente. Apesar disso, o valor que deve ser gasto com presentes subiu entre as classes mais baixas e caiu nas que têm maior rendimento. Entre as pessoas que ganham de um a dois salários mínimos, por exemplo, a média fica em R$ 99, contra R$ 96 do ano passado, quantia 3% menor. Já na faixa de renda mais alta – com rendimento acima de dez salários mínimos – essa redução foi de 31,5%, referente à retração de R$ 422 para R$ 289 de intenção de gastos.
Para o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, é preciso observar mais o comportamento do consumidor. “O comércio passou por uma sequência muito grande de quedas, então agora precisamos esperar um indicativo de que o setor está com força”, comenta Ramos. Ele se refere às vendas de Páscoa, que apresentaram uma recuperação na comparação com a mesma data em 2016. Segundo estimativas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a celebração de maio deve injetar R$ 14 bilhões nos segmentos de comércio e serviço em todo o País.
Para o Dia das Mães no Grande Recife, as lojas de roupas, acessórios, perfumaria e cosméticos lideram a atenção dos consumidores na hora de presentear as mães. Juntos, eles representam mais de 60% das opções indicadas.
A pesquisa ainda identificou uma mudança curiosa e positiva no comportamento dos consumidores: itens eletrodomésticos da linha branca (como fogão, microondas e refrigerador) estão sendo cada vez menos citados pelos filhos, representando apenas 5,9% das menções.
Justamente por causa do endividamento, o cartão de crédito foi um dos meios de pagamento com maior queda de representação entre as pessoas entrevistadas. A compra em espécie foi apontada por 52% das pessoas e o uso do cartão de débito por outras 14,3%. O crédito será usado por 32% dos consumidores, contra 37,8%.
Pesquisa
A pesquisa da Fecomércio-PE foi realizada com entrevistas a consumidores, empresários e gestores dos segmentos de comércio e serviços de oito municípios da RMR.
