Posicionamento

Empresários pernambucanos cobram reformas trabalhista e da previdência

Grupo defendeu, ainda, Estado mínimo e combate à corrupção

Da editoria de economia
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Publicado em 06/06/2017 às 10:21
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Grupo defendeu, ainda, Estado mínimo e combate à corrupção - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Mais de 40 empresários pernambucanos cobraram, publicamente, a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, criticando também a corrupção e o tamanho do Estado brasileiro. Na atual crise política-econômica, é a primeira vez que um grupo – responsável por grande parte da atividade econômica de Pernambuco – se posiciona numa articulação encabeçada pela Lide Pernambuco.

Para eles, é importante aprovar essas reformas porque serão propulsoras de novos investimentos diminuindo o nível de desemprego, um dos principais problemas do Brasil atualmente. O País registra queda da atividade econômica desde 2015.


“Hoje, a previdência garante direitos para poucos em detrimento de milhares de brasileiros, gerando um déficit que fará explodir as contas públicas. Em 2016, o setor público – que corresponde a menos de 9% dos beneficiários da Previdência – foi responsável por 60% do déficit previdenciário. É uma situação que deve ser enfrentada pelo futuro dos nossos filhos”, diz o presidente da Companhia Excelsior de Seguros e conselheiro de gestão da Lide, Múcio Novaes, na reunião que ocorreu ontem no Empresarial Center 2, em Boa Viagem.


Múcio argumenta que existem pelo menos “dois pontos fundamentais” na reforma da previdência: fixar a idade mínima de 65 anos e a unificação das regras para o setor privado e o público, cessando os privilégios. “Em média, o trabalhador da iniciativa privada recebe R$ 1 mil de aposentadoria. No setor público, essa média é de R$ 6 mil”, comenta.


Ainda no encontro, foram apresentados os posicionamentos de mais três conselheiros da Lide em nome do grupo: Paulo Magnus, presidente da MV Sistemas; Jorge Petribú, presidente do conselho de administração da Usina Petribu; e Paulo Perez, presidente da Shineray do Brasil.


“Queremos o fim da corrupção e externar o nosso apoio sem medo das investigações que estão retirando a sujeira. Não adianta só as medidas corretivas, mas as preventivas”, afirma Jorge Petribú, se referindo a Operação Lava Jato, que revelou um esquema de propina envolvendo políticos de vários partidos, executivos e donos de empresas.


Entre as medidas preventivas, Petribú cita a diminuição do Estado, a reforma trabalhista e previdenciária. “As duas últimas vão aumentar a competitividade e acabar com os voos de galinha que impedem o desenvolvimento da economia brasileira”. Na semana passada, Jorge publicou uma carta se dizendo “enojado” com o grau de corrupção do Brasil.


Já com relação à reforma trabalhista, Paulo Magnus explica que a mesma vai permitir regras claras em acordos que podem ser fixados entre os empregadores e trabalhadores. “O ponto principal é o que for acordado entre ambos ser mantido”, conta, acrescentando que hoje os acordos podem deixar de valer no futuro.

ESTADO


O modus operandi do Estado brasileiro foi criticado por Paulo Perez: “A burocracia do País, Estado e município é a maior geradora de corrupção. Não se pode admitir que uma licença ambiental demore três anos para se lançar um empreendimento novo”.


Como atualmente se discute a permanência ou não do presidente da República, Michel Temer (PMDB), o grupo defende seguir o que diz a Constituição, caso Temer deixe a Presidência. Isso significaria uma eleição indireta do Congresso (deputados e senadores) para indicar um novo presidente.


Em Pernambuco, o Lide congrega 200 empresários. Em São Paulo, a instituição foi liderada por João Dória Júnior (PSDB), atual prefeito de São Paulo. “João Dória deixou de integrar o board do Lide quando se tornou oficialmente pré-candidato a prefeitura de São Paulo. Não defendemos interesse de qualquer cadeia produtiva e não fazemos política partidária”, conclui o presidente da Lide-PE, Drayton Nejaim.

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