A produção do fator VIII recombinante, produto de alto valor agregado, no Paraná, iria inviabilizar a Hemobras em Pernambuco. A afirmação é do ex-secretário estadual de Saúde do Estado, Guilherme Robalinho, sobre a proposta do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de implantar fábrica de produção do hemoderivado no Sul do País, em vez de no Estado, como diz o projeto original. O médico deu entrevista à Rádio Jornal nesta terça-feira (8).
Leia Também
- Audiência pública defende permanência da Hemobrás em Pernambuco
- Armando sai em defesa da manutenção da Hemobrás em Pernambuco
- Humberto sobre Hemobrás: Ministro da Saúde pensa que somos idiotas
- Ministério não vai tirar Hemobras de Pernambuco, afirma assessoria
- Hemobras terá de arranjar forma de concluir planta em PE, diz ministro
"Se Pernambuco não produzir o fator VIII recombinante, isso vai inviabilizar nossa Hemobras. Inviabiliza o desenvolvimento do polo de biotecnologia em Pernambuco", comenta Robalinho.
A história da Hemobrás no Estado é marcada por denúncias de corrupção. Isso atrasou a construção da planta, que começou em 2010 e hoje chegou ao patamar de 70% de obras prontas. Após início da investigação do Tribunal de Contas da União por irregularidades na construção da fábrica em Goiana, na Zona da Mata do Estado, Robalinho afirma que houve paralisação para esclarecer os possíveis equívocos ocorridos.
"Eu espero que essa mobilização agora, talvez um pouco tardia, vá em frente e consigamos reverter essa situação profundamente desagradável", complementa o ex-secretário.
A Hemobras analisa, agora, duas propostas. Uma, da Octapharma, prevê a construção de uma fábrica no Paraná por U$ 200 milhões para produção do fator VIII recombinante. Pernambuco receberia U$ 250 milhões para finalização de planta para fracionamento de plasma. Já a Shire quer investir U$ 250 milhões para finalizar a planta no Estado.