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Lojas colaborativas ganham os shoppings no Grande Recife

Lojas colaborativas levam para shoppings centers pequenos produtores cheios de criatividade e disposição para empreender

Da editoria de economia
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Publicado em 14/01/2018 às 6:05
Foto: Rodrigo Moreira/Divulgação
Lojas colaborativas levam para shoppings centers pequenos produtores cheios de criatividade e disposição para empreender - FOTO: Foto: Rodrigo Moreira/Divulgação
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Há muito tempo a criatividade e o interesse do pernambucano por artesanato e produtos cheios de conceito sustentam a realização de inúmeras feiras. Mas foi mais recentemente que pequenos produtores deixaram de ter apenas as ruas como vitrine. Cada vez mais bem estruturadas, as lojas colaborativas – que reúnem pequenas marcas – estão ganhando espaço nos shoppings e expondo artigos cheios de história ao mesmo público que frequenta grandes magazines.

A empresária Vívian Lima, 43 anos, foi uma das primeiras a levar os produtos das “feirinhas” aos malls. Em 2013, ela criou a Casa Viva – marca que batiza a curadoria realizada por ela de itens com conceito diferenciado. A primeira edição foi em uma casa alugada, mas o caminho até os shoppings foi rápido. “Uma pessoa do Plaza gostou do trabalho e fez o convite para realizar uma edição lá”, conta Vívian. Desde então, nunca mais parou.

A Casa Viva permanece até o fim deste mês no RioMar, Zona Sul, para a edição de Verão, depois de ter passado o mês de dezembro na edição de Natal, com produtos de 45 fornecedores. Segundo a empresária, o faturamento cresce 20% a cada evento. Como a loja funciona por temporada, ela chega a ter até cinco funcionários por edição.

Até o dia 10 de fevereiro, o shopping ainda abriga a Artesanato de Talentos, loja colaborativa social. A iniciativa do Instituto Fecomércio e o Instituto João Carlos Paes Mendonça (IJCPM) reúne pelo segundo ano artigos de Carnaval feitos por moradores do Pina e Brasília Teimosa. Na edição de Natal, o volume de vendas chegou a R$ 50 mil.

Para o economista da Fecomércio PE, Rafael Ramos, envolvido no projeto, a presença de pequenos produtores nos shoppings permite o aperfeiçoamento não só do produto, mas do negócio. “Normalmente essas pessoas são especializadas no que confeccionam, mas não na administração da empresa. Elas têm dificuldade em precificar. Quando estão no shopping, expostos a um público maior, elas conseguem ter um retorno maior e corrigir mais rápido essas falhas”, analisa.

Mesmo já tendo um ponto físico em uma galeria, a empresária Cássia Costa, da Detail Papelaria, sentiu a diferença ao fazer parte de uma loja colaborativa. “Nossas vendas no Natal cresceram de 20% a 25% com o fornecimento para o novo ponto. Mesmo quando as pessoas não compram os produtos, ao entrar na loja conhecem a marca e passam a nos acompanhar”, explica.

DIREÇÃO

Os relatórios semanais realizados pela Casa Viva foram fundamentais para ajudar o designer João Vitor Pinheiro, 29, da marca de artigos de decoração João Sem Nome, a direcionar sua produção. “Na primeira semana levei quatro peças e acabou super rápido. Recebia os relatórios e sempre me mandavam mensagens dizendo quais produtos os clientes estavam procurando”, conta. No Natal, ele forneceu 100 produtos para duas lojas em shoppings e todos foram vendidos.

Além da Casa Viva, as peças do designer entraram nos shoppings através da Opa Design, que funciona desde maio do ano passado no Plaza Casa Forte, Zona Norte do Recife. Com ponto fixo, a proposta é a mesma: ser uma vitrine para pequenas marcas. “A loja colaborativa é uma via de mão dupla. Os artistas deixam as peças na loja e nós proporcionamos a exposição em um lugar que eles não teriam condições de bancar”, diz a empresária Fátima Bastos, sócia da loja, ao lado de Cris Cisneiros e Iara Tenório.

Elas comemoram um crescimento de 30% nas vendas entre novembro e dezembro e garantem que o sucesso é consequência da curadoria que realizam e do bom relacionamento com os fornecedores.

Há três anos no shopping Tacaruna, Área Central do Recife, a Makossa é resultado da união de quatro marcas: Ramifica (acessórios), Período Fértil (roupas), Fernando Viana (calçados) e F.A.G (bolsas). Todas são antigas participantes de eventos de produtos artesanais, mas foi com a colaboração mútua que a presença em um shopping foi possível. “A maior vantagem de estar em um shopping é a diversidade do público, além de ser um ponto físico de fácil acesso”, diz a proprietária da Ramifica, Patícia Emília. A Makossa também está presente no Plaza e mantém cinco funcionários. As vendas nos malls representam até 50% da renda de Patrícia.

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