Desenvolvimento

Desembolsos do BNDES crescem 24% no Nordeste, com R$ 14,2 bilhões

Região foi a única do País a apresentar crescimento na concessão de empréstimos do banco

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 02/02/2018 às 7:00
Foto: Heudes Regis/JC Imagem
Região foi a única do País a apresentar crescimento na concessão de empréstimos do banco - FOTO: Foto: Heudes Regis/JC Imagem
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O Nordeste foi a única região do País a registrar crescimento nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2017, totalizando R$ 14,2 bilhões. O valor superou em 24% o número alcançado em 2016 e ampliou a participação nordestina no total de desembolsos no Brasil de tradicionais 14,5% para 20%. A geração de energia eólica foi a responsável por fazer a região andar, positivamente, na contramão nacional. O setor recebeu R$ 6,6 bilhões em recursos, ficando com quase metade (46%) dos desembolsos. A concessão de empréstimo para Pernambuco se manteve estável, na casa de R$ 1,7 bilhão, mas com perspectiva de expansão para 2018, em função do número de consultas à instituição, que soma R$ 3,5 bilhões.

Os resultados foram divulgados ontem, durante coletiva com a imprensa regional, no escritório do banco no Recife. No País, a concessão de empréstimos do BNDES caiu pelo quarto ano consecutivo e atingiu em 2017 o pior resultado desde 2007, com desembolsos de R$ 70,75 bilhões, resultando em um encolhimento de 20% sobre 2016. O diretor de Planejamento e Crédito do banco, Carlos Alexandre da Costa, explica que o desempenho negativo foi motivado pela acentuada queda no apetite das empresas por recursos para investimentos. “A crise fez encolher o número de projetos das empresas, mas acreditamos que este ano haverá uma retomada alinhada à perspectiva de crescimento da economia”, defende.

Entre 2012 e 2017, o setor de energia eólica recebeu R$ 23,8 milhões em concessão de empréstimos do BNDES, sendo R$ 6,6 bilhões só no ano passado. Além da implantação dos parques, o banco também vem financiando a cadeia produtiva da atividade, por meio das indústrias fabricantes de equipamentos. “O Nordeste representa 83,4% da matriz eólica nacional, com 10,5 mil MW de capacidade instalada, o suficiente para abastecer mais de 23 milhões de residências. Além disso, os parques em construção e contratados somam uma capacidade de mais 4,6 mil MW”, destaca Costa.

No ano passado, os Estados que apresentaram maior crescimento nos desembolsos do BNDES foram impulsionados exatamente pela implantação dos parques eólicos, com destaque para Piauí (154,7%), Maranhão (81,9%) e paraíba (73,6%). “Pernambuco deverá aparecer em destaque nesse setor este ano porque no leilão de energia limpa em dezembro de 2017, o Estado ficou em segundo lugar atrás apenas do Piauí”, destaca o chefe do Departamento Regional Nordeste do BNDES, Caio Ramos. Pelo leilão, Pernambuco vai construir três parques com investimento de R$ 500 milhões e capacidade para gerar 82 MW (energia suficiente para atender uma população de 800 mil pessoas).

MAIORES

Apesar de Pernambuco não ter tido grande avanço nos desembolsos do banco de fomento em 2017, duas das cinco maiores operações contratadas estão no Estado. A Acumuladores Moura recebeu empréstimo no valor de R$ 230 milhões para construir uma nova unidade industrial, aumentar a capacidade de produção e implantar uma unidade de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), no município de Belo Jardim. O outro grande contrato foi o da indústria farmacêutica Aché, com financiamento de R$ 226 milhões. Os recursos serão utilizados na construção da primeira etapa do parque fabril, no município do Cabo de Santo Agostinho. “A fábrica é importante para a região, porque estará voltada para a produção de medicamentos genéricos e o Nordeste é a região com a menor penetração desse item no País”, pontua Carlos Alexandre Costa.

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