No futebol, cada estrela bordada acima do escudo representa uma conquista. Entre as seleções - salvas algumas exceções - elas representam as taças levantadas em Copas do Mundo. E nenhuma outra ostenta o peso de cinco títulos além do Brasil. A cada vez em que a taça do mundo foi levantada, há um contexto, uma importância, uma geração. Algumas mais tranquilas, outras mais sofridas, mas todas vitoriosas. Ser campeão do mundo transcende as quatro linhas e reflete na sociedade, e o país já começa a sentir saudades de ver a taça erguida.
O JC resolveu contar a história dos títulos do Brasil no Mundial através de cinco charges animadas. O roteiro, o texto e a narração são de Ingrid Cordeiro, que utiliza de uma linguagem descontraída e atualizada para contextualizar os cenários de como a seleção ganhou o direito de bordar cada uma de suas estrelas na camisa, assim como fez no material produzido para a comemoração do Bicentenário da Revolução Pernambucana. As imagens ganham como plano de fundo a produção do ilustrador Miguel Falcão, que transmite a emoção das conquistas com seus pincéis, traços e cores. Os vídeos remontam os caminhos de cada conquista, 1958/1962/1970/1994 e 2002. A produção tem a edição de George Oliveira e pode ser conferida no Especial da Copa do Mundo.
O Brasil demorou a conhecer esta emoção. Desde o primeiro Mundial, no Uruguai, em 1930, foram cinco edições em 28 anos de jejum, inclusive o fiasco em casa, em 1950, no episódio que ficou conhecido como ‘Maracanazzo’, em uma das maiores derrotas da seleção. As sequenciais quedas em jogos decisivos fizeram surgir até mesmo o mito popular de um ‘complexo de vira-latas’. Ele só acabaria com o surgimento de um salvador.
A PRIMEIRA ESTRELA
O escrete canarinho começou a caminhada no frio sueco superando a Áustria e empatando com a Inglaterra, mas o futebol inspirava cuidados, sobretudo pela ameaça de eliminação ante o futebol científico da União Soviética. Foi quando os súditos conheceram o Rei e o ‘anjo das pernas tortas’.
Pelé e Garrincha, a dupla que nunca perdeu jogando juntos pela seleção, ajudaram o time a bater URSS e País de Gales, ao lado de craques como Zagallo, Vavá e Nilton Santos. Mas foi nas duas últimas partidas que a canarinho deslanchou. Com duas goleadas históricas por 5x2, sobre a França do artilheiro Just Fontaine e os suecos na grande decisão. Com Pelé voando em campo, o Brasil iniciou a caminhada para se firmar como o país do futebol.