Defesas

É pênalti? Chama Magrão

Das 11 vezes que Magrão esteve debaixo das traves, o Sport saiu vencedor em oito delas, com um aproveitamento de 72%

Vinícius Barros
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Vinícius Barros
Publicado em 13/05/2017 às 7:33
Foto: JC Imagem
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Há 12 anos com a camisa rubro-negra sendo sua segunda pele, o goleiro Magrão já tem lugar cativo no coração dos torcedores do Sport. Muito do fanatismo dos leoninos se justifica pelos 30 pênaltis defendidos por ele. A marca foi atingida na última quinta-feira, contra o Danubio-URU, pela Sul-Americana, fora de casa, quando ele garantiu a classificação para segunda fase ao defender duas cobranças.

Mas alguns detalhes sobre o talento do arqueiro da Ilha passam despercebidos a cada vez que o torcedor grita ‘Magrãããão’ depois de mais uma defesa, assim como as curiosidades que, para os mais supersticiosos, fazem toda diferença.

Agora, apesar de todo medo que causa nos cobradores adversários durante as disputas por pênaltis, Magrão nem sempre foi sinônimo de defesa nas batidas alternadas. A primeira vez que participou de uma decisão de pênalti foi diante do Ipatinga, em abril, pela Copa do Brasil de 2007. Na ocasião, ele não barrou chute algum e o Leão foi eliminado.

Antes de ficar consagrado pelas dezenas de cobranças defendidas, um pênalti em especial era uma pedra na chuteira de Magrão: o milésimo gol de Romário.

Aos dois minutos do segundo tempo da partida entre Vasco e Sport pelo Brasileirão de 2007, quis o destino que o Baixinho marcasse o gol mil diante do goleiro rubro-negro. O jogo, pela segunda rodada da Série A daquele ano, ainda teria volta olímpica em homenagem ao atacante cruzmaltino. No próximo sábado, 20 de maio, esse capítulo na história do arqueiro leonino completa dez anos.

Só depois de alguns meses, no dia 28 de outubro, que conseguiu realizar a primeira das 30 defesas, diante de Rogério Ceni, no Brasileirão.

De lá para cá, a experiência fez com que o rubro-negro mudasse a maneira de segurar as bolas. Se no começo, a maioria das defesas era feita com as duas mãos, atualmente, ele se aperfeiçoou em espalmar os arremates com apenas uma das mãos.
A evolução de Magrão nessa especialidade também se comprova pelos bons resultados do Leão em disputas de pênaltis. Das 11 vezes que Magrão esteve debaixo das traves, o Sport saiu vencedor em oito delas, com um aproveitamento de 72%. No total das cobranças, 17 delas foram no tempo normal e outras 13 em decisões.

Vítimas

Ao todo, das 30 defesas realizadas pelo goleiro, 22 times foram feitos de vítimas, mas nenhum jogador desperdiçou duas vezes uma cobrança diante dele. Entre estes batedores estão ex-jogadores, como Dodô e Kléber Pereira e o hoje treinador Rogério Ceni. Além deles, Magrão também pegou arremates de um companheiro de equipe, como Rogério e até obradores com nomes de animal, como Eder Vaca, da LDU e Danilo Pitbull do Central.

Goleiro continental

Jogador do Sport há 12 anos, Magrão viveu do céu ao inferno no clube da Praça da Bandeira. Nesta trajetória, provou momentos de glória, como a disputa da Libertadores em 2009, e situações dramáticas como o rebaixamento no mesmo ano e nas cinco edições da Série B que disputou. Mas uma coisa é certa: com o clube estando em alta ou em baixa, Magrão não deixou de ser eficiente nas penalidades. Assim, o arqueiro mostrou o talento em diversos estádios do país e alguns do continente, com três cobranças sendo feitas fora do Brasil (uma no Equador e duas no Uruguai). Em campos nacionais, deixou sua marca de norte a sul, com defesas desde o Mangueirão, no Pará, até o Olímpico, antigo estádio do Grêmio, no Rio Grande do Sul. Inclusive, este é um dos campos onde Magrão pegou pênaltis e que hoje está inutilizado, sendo o outro o Machadão, em Natal, que deu lugar à Arena das Dunas. O arqueiro também se aventurou como batedor em uma decisão contra o Vasco, em São Januário, na semifinal da Copa do Brasil de 2008.

Superstição

Uma coincidência acompanha a rotina do goleiro em disputas de pênaltis pelo Leão. Sempre que as cobranças ocorreram fora da Ilha do Retiro, o Sport só saiu vitorioso quando a disputa era do lado direito do campo, como nos casos de Vasco x Sport pela Copa do Brasil de 2008, Náutico x Sport pela Copa Sul-Americana de 2013 e, neste ano, Joinville x Sport pela Copa do Brasil e Danubio x Sport pela Sul-Americana. Já quando o lado se inverte em confrontos longe da Ilha, o resultado também muda, como na disputa diante do Campinense pelo Nordestão de 2016.

 Mas quando as disputas acontecem na Ilha, o 'lado da sorte' passa a ser o esquerdo e não mais o direito. Nas eliminações contra o Palmeiras na Libertadores de 2009 e contra o Ipatinga na Copa do Brasil de 2007 (ambas com Magrão em campo) a máxima se comprovou. Já quando o lado esquerdo é o local das cobranças, a maré positiva também muda. Diante de Chapecoense na Copa do Brasil de 2015, Fortaleza na Copa do Nordeste do mesmo ano e Campinense pelo Nordestão de 2017, a coincidência ocorreu.

 Mas como toda regra tem uma exceção, as penalidades na semifinal do Campeonato Pernambucano de 2014 contra o Santa Cruz foram do lado ‘azarado’. Mesmo assim, com resultado favorável aos rubro-negros.

Lista de todas as defesas de pênalti de Magrão pelo Sport:

2007

1º - 28/10 (Série A) - Sport 1x2 São Paulo (cobrador: Rogério Ceni)

2008
2º - 25/5 (Série A) - Sport 2x1 Fluminense (Cobrador: Dodô)
3º - 20/7 (Série A) - Santos 1x0 Sport (Cobrador: Kléber Pereira)
4º - 10/8 (Série A) - Coritiba 3x0 Sport (Cobrador: Keirrison)

2009

5º - 29/4 (Libertadores) - LDU 2x3 Sport (Cobrador: Eder Vaca)
6º - 12/5 (Libertadores) - Sport 1x0 Palmeiras (Cobrador: Mozart)
7º - 4/10 (Série A) - Grêmio 3x3 Sport (Cobrador: Tcheco)

2010

8º - 5/6 (Série B) - América-RN 0x5 Sport (Cobrador: Saulo)
9º - 17/8 (Série B) - Sport 4x1 São Caetano (Cobrador: Eduardo)

2011
10º - 27/3 (Pernambucano) - Central 2x3 Sport (Cobrador: Danilo Pitbull)

2012

11º - 26/2 (Pernambucano) - Central 1x1 Sport (Cobrador: Waldison)
12º - 4/4 (Copa do Brasil) - Paysandu 2x1 Sport (Cobrador: Yago Pikachu)
13º - 8/4 (Pernambucano) - Porto 1x3 Sport (Cobrador: Joelson)

2013

14º - 6/4 (Pernambucano) - Sport 5x1 Belo Jardim (Cobrador: Müller)
15º - 5/5 (Pernambucano): Santa Cruz 1x0 Sport (Cobrador: Dênis Marques)
16º - 28/8 (Sul-Americana): Náutico 2x0 Sport (Cobrador: Oliveira)
17º - 28/8 (Sul-Americana): Náutico 2x0 Sport (Cobrador: Tiago Real)
18º - 28/8 (Sul-Americana): Náutico 2x0 Sport (Cobrador: Rogério)

2014

19º - 13/4 (Pernambucano): Sport 1x0 Santa Cruz (Cobrador: Carlos Alberto)
20º - 16/11 (Série A): Atlético/PR 0x1 Sport (Cobrador: Cléo)

2015

21º - 25/3 (Copa do Nordeste): Fortaleza 1x0 Sport (Cobrador: Lúcio Maranhão)
22º - 29/3 (Copa do Nordeste): Sport 1x0 Fortaleza (Cobrador: Corrêa)
23º - 13/5 (Copa do Brasil): Sport 2x0 Chapecoense (Cobrador: Bruno Rangel)

2016

24º - 17/4 (Copa do Nordeste): Campinense 1x0 Sport (Cobrador: Tiago Sala)
25º - 16/10 (Série A): Sport 1x0 Vitória (Cobrador: Zé Eduardo)

2017
26º - 2/4 (Copa do Nordeste): Sport 3x1 Campinense (Cobrador: Tiago Orobó)
27º - 19/4 (Copa do Brasil): Joinville 2x1 Sport (Cobrador: Fernandinho)
28º - 19/4 (Copa do Brasil): Joinville 2x1 Sport (Cobrador: Danrlei)
29º - 11/5 (Sul-Americana): Danubio 3x0 Sport (Cobrador: Tabárez)
30º - 11/5 (Sul-Americana): Danubio 3x0 Sport (Cobrador: Gonzalez)

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Magrão alcançou trigésima defesa de pênalti pelo Sport nessa quinta - Foto: JC Imagem
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Partida em que o feito foi alcançado foi diante do Danubio, pela Copa Sul-Americana - Foto: JC Imagem
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Só em 2017, cinco pênaltis foram defendidos por ele entre os meses de abril e maio - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Além do Danubio, Magrão garantiu as classificações contra Campinense e Joinville em 2017 - Foto: JC Imagem
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Aos 40 anos, Magrão atinge marca de 30 cobranças defendidas - Foto: JC Imagem
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Aos 40 anos, Magrão atinge marca de 30 cobranças defendidas - Foto: JC Imagem

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