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Um sonho pernambucano no futebol universitário dos Estados Unidos

Pernambucano Gustavo Vieira tem 20 anos e se destaca na Flórida

Diego Toscano
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Diego Toscano
Publicado em 01/01/2018 às 11:09
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Pernambucano Gustavo Vieira tem 20 anos e se destaca na Flórida - FOTO: Divulgação
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Um sonho pernambucano em terras norte-americanas. Com 20 anos, Gustavo Vieira é um dos destaques do Brasil da elite da NCAA, campeonato universitário nos Estados Unidos. Oriundo da base do Sport, o goleiro recifense mora na Flórida desde 2016, quando foi aprovado em um teste e passou dois meses no Orlando City. Agora, quer seguir o sonho do futebol profissional na MLS.

EM PERNAMBUCO

Gustavo começou a jogar em Pernambuco no futsal, ainda com seis anos e como jogador de linha das escolas Conhecer e Ângulo. Com 10, parou para se dedicar aos estudos e só voltou três anos depois, já como goleiro, na escolinha de futebol do Flávio, arqueiro do Sport que foi campeão Brasileiro de 1987. De lá, já com 15 anos, foi atuar no futebol de várzea e chegou até a fazer teste no Náutico, mas foi dispensado pela altura. Em 2012, foi selecionado para jogar no Sport, onde passou três temporadas até se formar no ensino médio.

“É muito difícil, no Brasil, você aliar esporte com educação. Até porque nunca se sabe se vamos conseguir ser profissionais. A competitividade é muito grande. Meu pai sempre me apoiou em tudo que fiz, mas não achava boa ideia abandonar os estudos para ser goleiro. Comecei a pesquisar maneiras de conseguir aliar os dois”, explicou Vieira.

COPA

A chance veio após experiências como gandula na Copa das Confederações e na Copa do Mundo no Recife. Na época, conheceu Antônio Gonçalves, da empresa Brazil World Football Academy (BWFA), que trabalha enviando atletas pernambucanos para fora do Brasil. Para sair do País, porém, Gustavo teve que fazer um investimento no inglês. Parou até de jogar para fazer intercâmbio no Canadá.

ORLANDO CITY

Na volta, a oportunidade da vida apareceu. “Fui jogar um torneio de exibição na Disney atuando pelo Santa Cruz/BWFA. Lá, também fiz um teste pro Orlando City B. Foi um das minhas melhores atuações. De 400 pessoas, fui o único selecionado. Dois dias depois, me ligaram convidando para fazer a pré-temporada como profissional do clube. Foi uma oportunidade muito grande. Joguei com Kaká e com atletas das seleções canadense e norte-americana”, relembrou.

(Elenco do Orlando City para a pré-temporada de 2016. Fotos: Divulgação)

UNIVERSIDADE

O mais curioso é que Gustavo nem ao menos tinha vaga garantida em faculdade e foi treinar dois meses com o Orlando City. O time, por sinal, ajudou muito o pernambucano a obter uma bolsa completa na Florida Gulf Coast University (FGCU). Entrou na FGCU em agosto de 2016, mas só conseguiu jogar no início de 2017. O motivo? Não tinha boas notas no Recife.

“No Brasil, não damos tanto valor ao estudo como deveríamos. Fomos campeões de conferência em 2016 e chegamos nas oitavas de final do nacional, campanha inédita da universidade. Mas não joguei por conta das minhas notas. No seu primeiro ano, contam as notas do ensino médio, e a liga me baniu no primeiro semestre. Melhorei lá e me liberaram para 2017”, disse o jogador, que é até famoso em Fort Myers, cidade onde mora.

(FGCU foi campeão da conferência em 2016. Gustavo não pode jogar por causa das notas)

FAMA

“Quando você joga na base, não tem tanto prestígio. Lá nos Estados Unidos se respeita muito os estudantes-atletas. Aqui, temos uma estrutura que muitos times do Brasil não tem. Nível de Série A. E quando as pessoas assistem a nossos jogos, nos tratam como estrelas. Para mim, foi novo as crianças chegarem pedindo autógrafos ou fotos. Não sabia nem o que escrever e só dava uma rabiscada para enganar (risos). É legal ser reconhecido”, comemorou.

FUTURO

Gustavo está no seu segundo ano na FGCU. Hoje, cursa administração, mas pensa em mudar para economia. Tem mais três temporadas para jogar antes do draft, a seleção dos clubes da MLS. “Me identifiquei muito com o Orlando, mas quero ser jogador profissional em qualquer equipe. Meu objetivo é chegar no final e ser draftado. Futebol é muito difícil, mas vou sempre continuar acreditando. Se isso não acontecer, também tenho plano B: a educação. Pegar meu diploma e seguir a carreira”, finalizou.

(Um dos destaques da equipe, pernambucano dá até autógrafo na FGCU)

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