Rio-2016

Felipe Nascimento dividiu sonho olímpico com o pai, seu Arnaldo

Pernambucano será o representante do Brasil no pentatlo dos Jogos Olímpicos do Rio

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 05/06/2016 às 9:15
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Pernambucano será o representante do Brasil no pentatlo dos Jogos Olímpicos do Rio - FOTO: Divulgação
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Em 2009 Felipe Nascimento, até então atleta de natação, recebeu um convite. Dentro de alguns dias, haveria uma seletiva para quem quisesse ingressar no pentatlo moderno. Ele decidiu aceitar o desafio. A partir daquele momento, resolveu mudar de esporte e começou a percorrer o caminho que está lhe levando aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto. A decisão teve todo o respaldo do pai e maior incentivador, seu Arnaldo. Desde que o pernambucano começou a dar as primeiras braçadas, eles passaram a dividir o sonho olímpico.

A adaptação às demais modalidades do pentatlo – além de natação, também há o evento combinado de corrida e tiro, equitação e esgrima – transcorreu de maneira até tranquila. A dificuldade, porém, ficou por conta do hipismo. “Eu tinha medo do cavalo. Houve competições em que eu ia fazer a prova e, no aquecimento, não dominava o animal. Então, abandonava. Tive de trabalhar muito isso, também caí bastante”, relembrou.

No final de 2009, o pentatleta disputou o Campeonato Brasileiro da categoria Jovem B e já subiu ao pódio, ficando com o bronze. Naquele momento, a certeza de que a troca de esportes poderia levá-lo a uma Olimpíada começou a aflorar. “Percebi que o caminho era o pentatlo e passei a me interessar cada vez mais”, contou.

Como sempre foi, seu Arnaldo continuava a apoiar Felipe. Até quando parecia impossível. Cinco anos depois de o pernambucano se tornar pentatleta, seu pai foi diagnosticado com câncer. Apesar do baque, Felipe não esmoreceu. Descobriu-se forte. Tão forte que, naquele mesmo 2014, passou a liderar o ranking nacional da categoria sênior, mesmo ainda sendo um pentatleta da júnior. Conquistou os títulos dos Jogos Sul-Americanos de Santiago, do Brasileiro de Inverno e do Brasileiro Open. Cada vez que cruzava a linha de chegada, porém, desabava no choro. Seu Arnaldo faleceu em dezembro de 2014, mas já tinha ajudado Felipe a descobrir uma das maiores qualidades de um atleta olímpico: a garra.

Neste ano, ele conseguiu realizar o sonho que dividia com o pai. Após o Mundial da Rússia, em maio, sacramentou a vaga olímpica. Com a força de seu Arnaldo e com a torcida de milhares de Pernambucanos, ele vai ser o Brasil na disputa masculina do pentatlo durante os Jogos do Rio. 

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