O técnico Roberto Fernandes voltou a mostrar preocupação com a situação do futebol pernambucano. Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (30), ele sugeriu organizar um fórum para debater, com o apoio da imprensa, soluções para a modalidade superar o momento difícil enfrentado nos últimos anos. De 2016 para cá, foram quatro rebaixamentos e nenhum acesso. O Santa Cruz e o Náutico estão na Série C, o Salgueiro foi recentemente rebaixado para a D e o Sport volta a enfrentar problemas para se manter na A, assim como ocorreu há dois ano e em 2017.
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"O momento é delicado, isso cabe uma discussão mais ampla. Eu estou, inclusive, tentando conversar com Dado (Cavalcanti) para ver se a gente se junta e consegue fazer alguma coisa. Com a participação e apoio do pessoal da imprensa, para um grande debate sobre o momento do futebol pernambucano. Porque nós precisamos rever muitas coisas. É algo complexo. Precisando rever conceitos. Eu não estou falando como treinador do Náutico ou Santa. Estou falando como treinador de futebol. Sou filho de Pernambuco e estou vendo o futebol do nosso estado se afundar", lamentou.
O treinador fez um convite à reflexão sobre a situação do futebol estadual, pela primeira vez, logo depois que o Santa Cruz foi eliminado da Terceirona. Na ocasião, a Cobra Coral perdeu para o Operário-PR por 3x0, fora de casa, quando jogava pelo empate para avançar às semifinais e consequentemente garantir o acesso a Série B.
"A imprensa pernambucana, as pessoas que pensam o futebol do Estado têm um momento para reflexão. No momento, Salgueiro rebaixado para D, Náutico e Santa mais um na C, Sport caindo cada vez mais na A e temos situações de clube. Não é crítica a gestão, vinha falando com o Tininho sobre o assunto", declarou logo depois da partida.
PROBLEMA FINANCEIRO
O treinador revelou, inclusive, que recebeu uma ligação do presidente da Federação Sergipana de Futebol (FSP), Milton Dantas, que o teria parabenizado pela declaração. "Quando ele viu a minha declaração, ele me parabenizou e disse que o futebol pernambucano está mesmo ficando para trás. E tudo isso passa pela questão do investimento. Num momento delicado como esse, você não vai sair só com projeto e com vontade não. É com investimento. E, às vezes, é difícil trazer um investidor para cá. Quando ele se depara com a situação e pensa em botar R$ 8 milhões para organizar a base e montar um time, mas a Justiça bloqueia (em razão das dívidas trabalhistas dos clubes) ele fala: 'Espera aí! Eu vim para cá para resolver as pendências passadas'", exemplificou.
