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João Caixero: 68 anos ininterruptos no Santa Cruz

O dirigente do Santa Cruz foi protagonista na polêmica da venda de ovos

Davi Saboya
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Davi Saboya
Publicado em 11/11/2018 às 9:02
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
O dirigente do Santa Cruz foi protagonista na polêmica da venda de ovos - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O ex-presidente do Santa Cruz mais antigo, vivo, virou protagonista na última semana. Responsável pela construção do Centro de Treinamento Ninho das Cobras, João Caixero revelou a produção e venda de ovos para ajudar na obra do CT. Em entrevista ao repórter Davi Saboya, falou sobre a desistência da ideia e a longa ligação com o clube.

CONFIRA

SANTA CRUZ
Estou há 68 anos dentro do Arruda. Fui levado por Aristófanes de Andrade. Ele era muito amigo do meu pai, um grande tricolor. Como eu era muito envolvido com o desporto amador, ele me tornou sócio e conselheiro. Ocupei todos os cargos estatutários. Fui presidente do Executivo, Comissão Patrimonial e Conselho Deliberativo do Santa Cruz.

FAMÍLIA
Divido o Santa Cruz com a minha família, que também convive muito com isso. Não tenho nenhum estresse. Eles sabem que me dedico muito ao Santa Cruz, que é a minha razão de alegria e vida.

COLEGIADO
Ao lado de mais cinco grandes tricolores, que não tinham nenhum interesse e nem vaidade de crescer com o Santa Cruz, criamos o famoso colegiado. Esse grupo administrou o clube por dez anos e ainda hoje alguns estão presentes contribuindo para a renovação das gestões.

FUTEBOL
É tudo no Santa Cruz. Todos os caminhos são voltados para o gramado. A equipe tendo um bom desempenho teremos todos os objetivos alcançados. O futebol não indo bem os recursos diminuem até encontrarmos um novo caminho, que não é outro a não ser o campo.

MEMÓRIA
Tem dois jogos marcantes para mim. O supercampeonato de 1957 e o trisuper de 1983. O primeiro porque o Santa Cruz estava há dez anos sem conquistar um título. O outro porque participei ativamente, pois era o vice-presidente. Assumi a presidência porque o presidente Vanildo Aires adoeceu, mas na véspera da final passei o posto para ele novamente. Tiveram outras, mas essas foram as mais marcantes.

ÍDOLOS
Dos mais antigos: Nunes, Ramón, Luciano, Givanildo, Fernando Santana, Cuíca, Betinho, Luiz Neto e Birigui. Recentemente: João Paulo e Tiago Cardoso. Expressões máximas de competitividade e um futebol primoroso.

SONHO
Terminar o nosso centro de treinamento e ter a felicidade de ver funcionando. Além disso, acreditar que a administração atual, que vem fazendo um trabalho primoroso, administre esse equipamento da melhor maneira. E não poderia ter no comando outra pessoa melhor que Tininho. Comandou o futebol por vários anos, foi vice-presidente e conheceu tudo com a palma da mão antes de assumir o clube. Isso facilita muito, como também a superação nos momentos difíceis.

OVOS
Talvez tenha não tenha sido feliz em acrescentar o ovo, que está na mesa de todos, na nossa linha de produtos. Peço desculpas aos tricolores em não ter sido interpretado da maneira que gostaria. Como não tenho ideia fixa, repensei e retirei.

EXECUTIVO
Avalio como emocional igual ao torcedor. O torcedor ficou chocado por ser o ovo e não olhou como um produto popular que poderia ser adotado por todas as classes. A diretoria se precipitou dando uma nota, o que era natural e normal, pois o projeto não alcançou a meta que tínhamos desejado.

CT
Antônio Luiz Neto me deu a responsabilidade depois que doei 600 livros no valor de mil reais para serem aplicados no Ninho das Cobras, que só deu partida depois que vendemos os primeiros 200 livros.

ESTATUTO
A independência dos poderes foi criada em 1952 quando foi criada a comissão patrimonial com o intuito de construir o estádio. Tudo feito para o órgão trabalhar de forma independente em prol do estádio, que é a fonte de receita da comissão.

FIM
Não tenho ideia de quando irei sair porque não sei o dia que vou morrer. Não passa pela minha cabeça me desvincular do Santa Cruz. Convivo há 68 anos ininterruptos. Participei de todos os momentos. É uma coisa que está dentro de mim. Não me imagino fora. Só quando morrer mesmo.

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