CRIME

Antes de morrer, jovem depôs que ação em lava-jato não foi brincadeira

Wesner Moreira da Silva, 17, disse ao delegado responsável pelo caso, ainda no hospital, que pediu para que os suspeitos parassem

JC Online
Cadastrado por
JC Online
Publicado em 15/02/2017 às 16:17
Reprodução/TV Morena
Wesner Moreira da Silva, 17, disse ao delegado responsável pelo caso, ainda no hospital, que pediu para que os suspeitos parassem - FOTO: Reprodução/TV Morena
Leitura:

O adolescente que morreu após ter uma mangueira de ar comprimido introduzida no ânus afirmou, dias antes de morrer, que a agressão não foi uma brincadeira, como afirmam os acusados. De acordo com a polícia, Wesner Moreira da Silva, 17, disse ao delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, que pediu diversas vezes para que os acusados parassem, o que só ocorreu quando ele começou a defecar e vomitar. 

O depoimento foi dado ainda no hospital, dias antes do falecimento de Wesner. 

"Ele disse que aquilo não era tipo de brincadeira, disse que pediu para eles [suspeitos] pararem diversas vezes, mas que só pararam depois que ele começou a vomitar e a defecar", afirmou Lauretto. 

O delegado reiterou que, apesar de não ter sido um interrogatório formal, o depoimento da vítima resultou em um relatório que será complementado com o laudo necroscópico e os suspeitos do crime. O dono do lava-jato no qual a vítima trabalhava, que teria introduzido a mangueira no ânus do jovem e outro funcionário, que o segurou, afirmaram que o crime foi apenas uma 'brincadeira', comum entre eles no local. 

Uma criança de 11 anos, que também presenciou a ação, ratificou a versão dos acusados. 

 

Prisão

A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) pediu a prisão preventiva dos dois suspeitos da morte de Wesner. Ele foi velado na manhã desta quinta-feira (15), na casa onde vivia com a família, e enterrado no final da tarde.

De acordo com o delegado Sérgio Lauretto, responsável pelas investigações, o pedido de prisão foi feito após a morte da vítima, na tarde da última terça-feira (14). Wedson permaneceu internado na Santa Casa de Campo Grande durante 11 dias. 

O jato da mangueira causou diversas lesões no garoto, que chegou a perder parte do intestino. A pressão do ar foi tão intensa que estourou o intestino grosso e comprimiu os pulmões, trancando as válvulas respiratórias. Thiago Demarco Sena, 26, dono do lava-jato, e o funcionário Willian Henrique Larrea, de 30,  podem ser indiciados por lesão corporal grave seguida de morte ou por homicídio doloso.

Últimas notícias