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PF extradita mulher que fugiu com seus dois filhos da Dinamarca

Angelina Maalue tinha fugido da Dinamarca com a amante e os dois filhos por não se sentir amparada pelas leis do país

JC Online
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Publicado em 09/10/2017 às 8:46
Foto: Reprodução/Polícia Federal
Angelina Maalue tinha fugido da Dinamarca com a amante e os dois filhos por não se sentir amparada pelas leis do país - FOTO: Foto: Reprodução/Polícia Federal
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A Polícia Federal cumpriu, na noite da última sexta-feira (6), a decisão da Justiça Federal que determinou que fosse garantido o embarque de Angelina Maalue Aavalon Mathiesen e seus dois filhos menores de idade em voo internacional com destino à Dinamarca.

O embarque em voo internacional é parte integrante da medida de busca e apreensão das crianças. A finalidade é a de propiciar o retorno imediato delas ao convívio de seus pais na Dinamarca, de onde Angelina teria saído ilegalmente em 2016. 

O cumprimento da decisão judicial foi coordenado pela Polícia Federal do Pará com participação da Polícia Federal no Ceará e em Pernambuco. Ela estava com suas duas filhas em Belém, onde foi localizada pela Polícia Federal e tomou ciência da decisão judicial da busca e apreensão das crianças. A dinamarquesa juntamente com suas duas filhas embarcou no aeroporto de Belém, fez escala em Fortaleza e desembarcou em Recife onde houve a troca da aeronave seguindo imediatamente para a Dinamarca.

Entenda o caso

Angelina é mãe de Aia Sofia com Peter Alexander Lawaetz, e também de Leonardo Todorovski, cujo pai é Vladimir Valiant Todorovski. Angelina e Lisbeth fugiram para o Brasil por se sentirem desamparadas pela lei da Dinamarca. Para viajar ao Brasil, elas partiram de carro pelas estradas da Europa e atravessaram vários países.

Lisbeth saiu primeiro, em julho de 2015. Pegou um avião em Viena e passou pela República Dominicana. Ela seguiu até o Peru e, por fim, até o Acre, por onde entrou no Brasil. Já Angelina fugiu depois, em março de 2016. Cruzou o Atlântico até a Guiana e, de lá, foi para Roraima.

Elas se encontraram em Manaus e decidiram ir juntas para Belém. A viagem foi feita de barco e durou cinco dias. As duas se estabeleceram na ilha de Mosqueiro, localizada a 72 km de Belém, um balneário com 28 mil habitantes.

Angelina e Lisbeth procuraram uma região da ilha que tivesse pouca gente morando. O refúgio delas foi na praia de Marauh, onde se hospedaram em uma pousada de frente para o rio. Na pousada, elas se identificaram como holandesas, disseram que eram irmãs, e que vieram ao Brasil para escrever um livro.

Angelina estava ilegal no Brasil porque havia ultrapassado o prazo de 45 dias a que ela teria direito como turista. Em dezembro de 2016, a Justiça Federal determinou a prisão de Angelina para que ela fosse extraditada.

No entanto, quando os policiais federais estiveram em Mosqueiro procurando Angelina, Lisbeth já havia decidido ir embora. Porém no caso de Angelina em virtude de sua advogada ter conseguido um habeas corpus em março de 2016 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a prisão dela não foi efetuada na época. Com a decisão final da Justiça Federal, baseada na Convenção de Haia, Angelina com os dois filhos embarcaram para a Dinamarca.

Convenção de Haia

A decisão da Justiça Federal foi baseada na Convenção de Haia de 1980. O tratado tem como objetivo assegurar o retorno imediato de crianças ilicitamente transferidas para qualquer Estado Contratante ou nele retidas indevidamente. 

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