Ataques

Saques em meio a greve policial na Argentina deixam 7 mortos

Em Chaco, um jovem morreu após ser esfaqueado durante saques em Resistencia

Da AFP
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Publicado em 10/12/2013 às 17:54
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Sete pessoas morreram nas últimas horas em três províncias do norte da Argentina, totalizando nove mortos desde que começaram os saques e distúrbios em meio a uma greve da polícia que afeta várias províncias argentinas, informaram fontes governamentais.

As mortes aconteceram nas províncias de Chacom, Jujuy e Tucumán.

Os protestos policiais causaram temores de uma onda de violência depois de vários saques ocorridos em Córdoba (norte de Buenos Aires) há alguns dias, com um primeiro saldo de dois mortos, uma centena de feridos e 52 detidos.

Em Chaco, um jovem morreu após ser esfaqueado durante saques em Resistencia, a capital da província, enquanto um delegado morreu ao defender um supermercado, indicaram autoridades locais.

"A situação nesta madrugada fugiu do controle. Estivemos perto de um massacre", denunciou nessa terça o vice-governador Juan Carlos Bacileff, ao detalhar "a situação caótica".

"Estou preocupado com o que está acontecendo em minha província. Não posso acreditar que tivemos um apoio de 60,7% (dos votos nas eleições legislativas de 27 de outubro) e ainda sim, as pessoas se expressaram dessa maneira", declarou Jorge Capitanich, que deixou há três semanas o cargo ocupado no governo de Chaco para assumir como chefe de Gabinete da presidente Cristina Kirchner.

Em Tucumán, onde centenas de policiais continuam em greve, foram registrados violentos saques durante a noite de segunda-feira com ao menos um morto e 35 feridos, confirmados por Diego Eskenazi, diretor do hospital Zenón de Tucumán.

"Eles nos atacaram três vezes. Os saqueadores levaram televisões e eletrodomésticos. Andavam em carros e em motos, mas teve um grupo que levou os objetos roubados em dois carros", contou Ezequiel Pedrosa, gerente de um supermercado tucumano.

A greve policial não atingiu as forças federais e agora se limita a algumas regiões.

Os governos provinciais de Córdoba, Neuquén (sul), San Juan (oeste), Catamarca (norte), Rio Negro (sul) e Chubut (sul) conseguiram evitar os protestos oferecendo aumentos que duplicam ou triplicam os salários atuais dos policiais.

Em meio à tensão, nesta terça-feira são lembradas na Argentina três décadas da restauração democrática que colocou fim à ditadura e deu início ao período mais extenso de vigência da ordem constitucional desde a declaração de independência de 1816.

O governo organizou um festival popular chamado "Democracia para sempre" na Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial.

Em 10 de dezembro de 1983, Raúl Alfonsín (1983/89) assumiu o governo, após a ditadura (1976/83) que deixou 30.000 desaparecidos, segundo organizações.

A presidente Cristina Kirchner irá liderar um ato no Museu do Bicentenário.

 

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