Thorbjørn Jagland deixou nesta terça-feira de ser presidente do comitê norueguês do Prêmio Nobel da Paz e a partir de agora será apenas um simples membro, um fato sem precedentes na história centenária da organização.
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Apesar de desejar revalidar por mais seis anos seu cargo, Jagland, ex-primeiro ministro da Noruega, era muito questionado pela escolha, em 2009, do presidente americano Barack Obama como Nobel da Paz e não obteve apoio necessário do comitê para permanecer na presidência do comitê.
A escolha do dissidente chinês Liu Xiaobo e da União Europeia também provocaram polêmica durante seu mandato.
Ele será substituído pelo atual vice-presidente, Kaci Kullman Five.
Nunca antes um presidente que pretendia ser reconduzido nas suas funções, como era o caso de Jagland, havia sido demitido.
Kullman Five se recusou a comentar o porquê de seu antecessor não ter permanecido no cargo.
"De acordo com a tradição, não vou comentar ou relatar o que foi dito durante a reunião" dos cinco membros do comitê do Nobel, declarou em uma entrevista coletiva.
A reunião, a primeira do ano, deveria determinar a distribuição de papéis no âmbito do comitê e avaliar as nomeações para o Prêmio Nobel da Paz de 2015. Foram selecionados 276 indivíduos e organizações, quase um recorde.
"Há um amplo consenso no comitê para dizer que Thorbjørn Jagland foi um bom presidente por seis anos", disse Kullman Five.
O ex-primeiro-ministro trabalhista não quis comentar a decisão do comitê.
Sem precedentes desde o primeiro Prêmio Nobel da Paz atribuído em 1901, a mudança de direção foi possível graças a mudança da maioria política do comitê, graças à sua renovação parcial.
A composição do Comitê do Nobel, cujos membros são nomeados pelo Parlamento norueguês, reflete o equilíbrio de poder na Câmara, que passou para a direita em 2013.