A equipe de campanha do candidato centrista Emmanuel Macron denunciou nesta sexta-feira (5), a dois dias da eleição presidencial, uma "ação de pirataria maciça e coordenada" após a disseminação na Internet de informações "internas", como e-mails.
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Os arquivos, que também incluem documentos de contabilidade, "foram obtidos há várias semanas mediante pirataria informática de caixas de e-mails pessoais e profissionais de vários encarregados do movimento", anunciou o grupo Em Marcha! liderado por Macron, acrescentando que são documentos "legais".
Segundo o WikiLeaks, que divulgou a informação, trata-se de "dezenas de milhares de e-mails, fotos e anexos datados até 24 de abril", um dia após o primeiro turno das eleições presidenciais francesas, vencido por Macron, que enfrentará a candidata de extrema direita Marine Le Pen.
O WikiLeaks afirma não ser o autor da operação de hacking, que chama de "MacronLeaks". "Os arquivos que circulam foram obtidos há várias semanas, graças à invasão de e-mails pessoais e profissionais de vários responsáveis do movimento", denunciou o Em Marcha!.
"O movimento Em Marcha! foi vítima de uma ação de hacking em massa e coordenada que, esta noite, deu lugar à difusão - nas redes sociais - de informações internas de natureza diversa (e-mails, documentos de contabilidade e contratos)", destaca o partido. "Quem está fazendo isso circular agrega documentos autênticos a muitos outros que são falsos, para semear dúvidas e desinformação", declara a equipe de Macron, destacando que a operação realizada "na última hora da campanha oficial" constitui "claramente uma desestabilização democrática, como já ocorreu nos Estados Unidos durante a campanha presidencial".
Acusações
Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos acusaram a Rússia de interferências na campanha eleitoral americana do ano passado a favor de Donald Trump, em particular por meio de hacking do Partido Democrata de Hillary Clinton.
"Durante toda a campanha, Em Marcha! foi o movimento mais afetado por essas tentativas, de maneira intensa e reiterada", afirma o movimento de Macron. "A ambição dos autores do vazamento é, obviamente, prejudicar o movimento Em Marcha! a poucas horas do segundo turno das eleições presidenciais francesas", completa.
"Obviamente, os documentos hackeados são todos legais e traduzem o normal funcionamento de uma campanha presidencial. Sua difusão revela informações internas, mas não nos preocupa no que diz respeito à legalidade", insistiu o movimento. Mas, diante da "gravidade dos fatos", Em Marcha! garante que adotará "todas as medidas necessárias junto aos atores públicos e privados para que se esclareça essa operação, inédita em uma campanha eleitoral francesa".