A França passará a obrigar a menção "fotografia retocada" nas imagens de uso comercial que modificam a silhueta das modelos, e estas deverão ter um certificado médico para exercer sua atividade, de acordo com duas leis publicadas no Diário Oficial nesta sexta-feira (5). O governo pretende assim "prevenir os transtornos de comportamento alimentar", sobretudo entre a população mais jovem.
A partir de 1 de outubro "será obrigatório acrescentar às fotografias de uso comercial a menção 'fotografia retocada' quando a aparência corporal das modelos foi modificada com um software para afinar ou aumentar sua silhueta", anunciou o ministério francês da Saúde em um comunicado.
Leia Também
- Gretchen lança carreira de modelo da filha Giullia, de 13 anos
- Falso agente de modelos que exigia 'teste do sofá' é preso no interior
- Desacreditada pelos médicos, jovem com microcefalia vira modelo graças à perseverança da mãe
- Modelos plus size conquistam espaço na Semana de Moda de Nova York
- Modelo Valentina Sampaio é a primeira transgênero capa da Vogue Paris
A obrigação envolve as fotografias "inseridas em mensagens publicitárias" na imprensa, em cartazes, na imprensa ou nos catálogos e folhetos, afirma o decreto. O anunciante será o responsável por verificar se as fotos adquiridas passaram por retoques, completa o texto.
A respeito da necessidade de um atestado médico, a medida entrará em vigor a partir de sábado (6) e também será aplicada às modelos de outros países do Espaço Econômico Europeu quando trabalharem na França. O certificado terá validade de dois anos e deve atestar que "o estado de saúde global da pessoa (...), avaliado por meio de seu índice de massa corporal, permite que exerça a atividade de modelo". "A categoria colaborou com a redação dos textos e foi, portanto, informada com antecedência", indicou o ministério da Saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma pessoa magra quando o índice de massa corporal (IMC), que corresponde à relação entre o peso e a altura, é inferior a 18,5. A OMS estabelece distinções entre magreza leve (entre 17 e 18,5), moderada (entre 16 e 17) e severa (abaixo de 16).
França segue exemplo de outros países europeus
Madri foi a primeira capital europeia a proibir, a partir de setembro de 2016, o trabalho de modelos com IMC inferior a 18. Itália, Chile e Bélgica aprovaram normas similares às publicadas nesta sexta-feira na França.
O governo francês afirma que o objetivo é "mudar a imagem do corpo na sociedade para evitar a promoção de ideais de beleza inacessíveis e evitar a anorexia nos jovens", assim como "proteger a saúde de uma categoria da população especialmente afetada por este risco: as modelos".