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Casa Branca adia reunião sobre o Acordo de Paris

A reunião é destinada a determinar se deve ou não se retirar do Acordo de Paris sobre mudança climática

ABr
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Publicado em 09/05/2017 às 12:35
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A reunião é destinada a determinar se deve ou não se retirar do Acordo de Paris sobre mudança climática - FOTO: Foto: Michael Vadon
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O Governo dos Estados Unidos (EUA) adiou uma importante reunião prevista para esta terça-feira (9), destinada a determinar se deve ou não se retirar do Acordo de Paris sobre a mudança climática, um assunto que o presidente Donald Trump prometeu deixar resolvido neste mês. A informação é da Agência EFE.

O encontro sobre o futuro do acordo multilateral foi adiado por motivos de agenda e acontecerá em outro momento, disseram funcionários da Casa Branca a vários meios americanos.

Trump prometeu em 29 de abril que tomaria "uma grande decisão" sobre o Acordo de Paris "nas próximas duas semanas", um prazo que termina neste sábado, 13 de maio.

Não obstante, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, David Balton, já tratou na segunda-feira (8) de rebaixar as expectativas sobre um possível anúncio nesta mesma semana.

"A última coisa que escutei é que o presidente indicou que planeja tomar uma decisão nas próximas duas semanas, mas não esta semana", disse Balton, que é subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Meio ambientais Internacionais, em uma entrevista coletiva.

Casa Branca dividida

A Casa Branca está dividida em duas com relação ao Acordo de Paris, uma delas liderada pela filha do governante, Ivanka Trump; o secretário de Estado, Rex Tillerson, e o titular de Energia, Rick Perry, segundo informam vários meios.

Os três são a favor de permanecer no pacto sobre o clima, algo que para Tillerson é vital se Estados Unidos não quiserem perder influência no palco global; enquanto Perry aposta por "renegociar" os compromissos americanos ao invés de se retirar.

No lado contrário, o que quer abandonar o acordo, estão o estrategista chefe de Trump, Stephen Bannon, e o administrador da Agência de Proteção Meio ambiental, Scott Pruitt, que na semana passada qualificou o pacto de "mau negócio" para Estados Unidos.

O maior foco de discussão é o artigo do acordo que estabelece que um país "poderia em qualquer momento ajustar sua contribuição nacional existente" ao pacto "com o objetivo de melhorar seu nível de ambição".

Os advogados da Casa Branca consideram que essa cláusula não permite aos países rebaixar seus compromissos a respeito de suas emissões de carbono, como Trump quer fazer, e isso é um ponto a favor dos argumentos de Pruitt e Bannon, de acordo com a CNN e o The New York Times.

O compromisso assumido pelos Estados Unidos dentro do acordo era de reduzir para 2025 suas emissões de efeito estufa entre 26% e 28% com relação aos níveis de 2005.

O meio principal pelo qual o Governo de Barack Obama planejava atingir esse objetivo era a substituição das centrais elétricas de carvão por plantas abastecidas com gás natural e energias limpas, algo que vai de encontro com a promessa de Trump de criar emprego para os trabalhadores de usinas de combustíveis fósseis.

Se Estados Unidos se mantiverem no acordo de Paris, mas rebaixar seu compromisso - algo inevitável se Trump continuar mudando as medidas assinadas por Obama - os especialistas legais acreditam que isso abriria a porta a processos judiciais de ativistas meio ambientais.

Mas a pressão para permanecer no acordo é também forte, e várias grandes empresas do país pediram a Trump que respeite os compromissos assumidos no pacto, entre elas Apple, Google, Microsoft, Wal-Mart e petroleiras como BP e Shell.

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