O jornalista mexicano Javier Valdez, colaborador da AFP no estado de Sinaloa (noroeste) e também repórter do jornal La Jornada e do semanário Ríodoce, foi assassinado nesta segunda-feira (15) na cidade de Culiacán - informou uma fonte da Procuradoria à AFP.
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"Ocorreu nos arredores das instalações do Ríodoce [...]. Foi morto a tiros", disse a fonte da Procuradoria. "Acabou de acontecer e somente agora a equipe de perícia está no local", acrescentou.
O falecimento de Valdez, de 50 anos, eleva para cinco o número de repórteres assassinados ao longo deste ano no México, um dos países mais perigosos para se exercer essa profissão.
Colaborador da AFP há mais de dez anos, Valdez era um dos jornalistas mais reputados de seu estado.
Ao longo de quase três décadas de sua carreira informou ativamente sobre o cartel de Sinaloa e a trajetória de seu fundador, Joaquín "El Chapo" Guzmán, atualmente preso nos Estados Unidos.
No ano passado, publicou o livro "Narcoperiodismo, la prensa en medio del crimen y la denuncia" ("Narcojornalismo, a imprensa em meio ao crime e à denúncia", em tradução livre) e já escreveu vários outros títulos de investigação sobre o crime organizado.
O ano de 2017 está sendo especialmente trágico para o jornalismo no México. À morte de Valdez nesta segunda-feira somam-se outros três assassinatos em março e mais um em abril, depois de 2016 ter batido um recorde de 11 homicídios.
Mortes
De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras, o México é o terceiro país mais perigoso para se trabalhar como jornalista, depois de Síria e Afeganistão. No início de maio, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) denunciou a impunidade no país pelas mortes de jornalistas.