O Vaticano anunciou nesta quarta-feira (21) que o papa Francisco decidiu apoiar uma série de projetos humanitários no Sudão do Sul, país em guerra e para onde o pontífice tinha a intenção de viajar neste ano.
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No total, o Vaticano doará 500.000 euros para dois hospitais administrados por freiras, um programa de formação de professores, e um projeto de compra de sementes e ferramentas para 2.500 famílias da economia agrícola.
Com esse gesto, o papa espera enviar "uma mensagem concreta de aproximação" com o país, desde 2013 em uma guerra civil que já deixou dezenas de milhares de mortos, contou em uma coletiva de imprensa o monsenhor Peter Turkson, chefe do ministério de Desenvolvimento Humano Integral.
"O papa não se esqueceu das vítimas desse conflito sanguinário e desumano que quase ninguém discute", ressaltou o cardeal. "Há muitas armas, violações, mortos", disse.
O papa declarou várias vezes que desejava ir ao Sudão do Sul com seu colega anglicano, Justin Welby, mas o Vaticano anunciou no fim de maio que as condições não estavam favoráveis para realizar essa viagem nesse ano.
Diante da imprensa, Laura Gemignani, missionária no hospital de Nzara, um dos que será apoiado pelo papa, relatou com emoção a respeito do sofrimento que presenciou desde que começou a trabalhar ali, há dois anos.
"Agradeço muito ao papa, porém aguardamos a sua visita", ressaltou, demonstrando o sentimento de abandono sentido por esse país, o qual muitos membros de organizações humanitárias e diplomatas tenham deixado a causa por justificativa de violência.
Os participantes da coletiva de imprensa convidaram os fiéis do mundo inteiro a doarem, assim como fez o papa, e também a viajar como voluntários ao Sudão do Sul "para mostrar a todos que pode-se viver nessa parte do mundo", de acordo com o monsenhor Turkson.