PRISÃO

Ativista francês é condenado à prisão por ter ajudado 200 imigrantes

A Promotoria francesa recorreu da decisão do Tribunal de Nice

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Publicado em 08/08/2017 às 14:10
Foto: MAHMUD TURKIA / AFP
A Promotoria francesa recorreu da decisão do Tribunal de Nice - FOTO: Foto: MAHMUD TURKIA / AFP
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O agricultor e ativista francês Cédric Herrou foi condenado nesta terça-feira (8), em segunda instância, a quatro meses de prisão, por ter ajudado 200 imigrantes a entrar de maneira ilegal no país. A Promotoria francesa contudo recorreu da decisão do Tribunal de Nice, no sudeste do país, após considerar que o militante, de 37 anos, não tinha recebido uma pena bastante dura. A informação é da EFE.

Herrou - que reside a poucos quilômetros da fronteira com a Itália e é conhecido por seu apoio às centenas de pessoas que a cada dia tentam atravessá-la - já havia sido punido com uma multa de 3 mil euros em fevereiro.

Este habitante do vale do Roya, que começa na França e chega até a localidade italiana de Ventimiglia, foi também condenado nesta terça a pagar mil euros por danos e interesses à companhia ferroviária francesa SNCF, por ter ocupado um local abandonado de propriedade da empresa, para alojar cerca de 50 imigrantes eritreus.

Cédric Herrou também foi impedido de sair de território francês, estar em qualquer estação de trem da região, e obrigado a se apresentar a cada 15 dias no tribunal local. Ele, que é membro da associação de ajuda a imigrantes Roya Citoyenne, anunciou que recorrerá desta nova sentença, que considera "influenciada pela política de extrema direita".

Resposta

"Não me arrependo de nada, fiz tudo com prazer e continuarei lutando", assegurou ao sair do tribunal antes de denunciar um "racismo de Estado" e pedir que o presidente francês, Emmanuel Macron, se posicione.

A condenação foi qualificada pelo tribunal de segunda instância de "advertência" a este ativista, que chegou a acolher quase 400 imigrantes por semana.

A fronteira entre a Itália e a França é fonte de tensões entre os dois Estados por causa das centenas de pessoas, em sua maioria de origem afegã ou eritreia, que todos os dias tentam atravessá-la para seguir seu caminho para o norte da Europa ou para reclamar o status de refugiado na França.

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