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Odebrecht: juiz fixa prisão de ex-controlador do Equador

juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 anos

Agência Brasil
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Publicado em 08/08/2017 às 8:22
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juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 anos - FOTO: Foto: AFP
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Um juiz da Corte Nacional de Justiça do Equador determinou uma medida de detenção domiciliar contra o ex-controlador Carlos Pólit, que se encontra nos Estados Unidos e que foi acusado por delito de concussão (exigir vantagem indevida) dentro do caso Odebrecht. As informações são da agência de notícias EFE.

Em uma audiência realizada na Corte Nacional, ontem (7), o juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 anos.

Além disso, ordenou a apreensão de fundos e a proibição de alienar bens móveis e imóveis de Pólit como parte das medidas solicitadas pelo Ministério Público na investigação do caso de concussão ou cobrança ilegal por prestações em proveito próprio.

Na audiência, o procurador-geral do Estado, Carlos Baca, acusou Pólit de ter se beneficiado com cobranças ilegais, em troca de efetuar reparos em contas não claras de certas obras executadas pela construtora brasileira.

Segundo a acusação fiscal, Pólit teria pedido a um ex-executivo da Odebrecht US$ 6 milhões pelo desvanecimento de glosas e outros US$ 4 milhões por relatórios da Controladoria a favor da construtora.

"Estamos investigando novas vinculações que poderiam existir especialmente com empresas e outras pessoas. Não descartamos que potencialmente outros funcionários de Controladoria poderiam estar envolvidos", acrescentou Baca.

Ele disse que o Ministério Público solicitará a extradição de Pólit dos Estados Unidos, para onde foi no último mês de junho, pouco antes que explodisse o escândalo contra ele.

Acusado tem cidadania americana

Sobre o fato de Pólit também possuir a cidadania americana, o procurador-geral admitiu que isso será uma complicação, mas que, de todas maneiras, a extradição será solicitada.

Por sua vez, o advogado Hernán Ulloa, defensor de Pólit, insistiu na inocência do seu cliente, uma vez que, em sua opinião, a acusação não se sustenta em assuntos precisos, mas em delações efetuadas por um ex-diretor da Odebrecht, que ainda estão sendo investigadas.

Ulloa assegurou que sua defesa tentará "desvirtuar as acusações" e considerou que a detenção domiciliar de Pólit viola um desejo do seu cliente de retornar ao país para defender-se em liberdade.

"Se houver garantias suficientes, (Pólit) virá ao Equador", reiterou Ulloa após assegurar que nas atuais circunstâncias, com uma ordem de detenção vigente, ele mesmo lhe sugeriu que não retorne ao país.

Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que a Odebrecht havia pagado US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África.

O relatório do Departamento de Justiça indicou que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora brasileira supostamente pagou subornos no valor de mais de US$ 35,5 milhões a funcionários do governo, o que supostamente lhe gerou benefícios de mais de US$ 116 milhões.

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