VENEZUELA

ONU teme aumento da violência na Venezuela pós-Constituinte

As autoridades da venezuelanas vetaram o acesso dos investigadores da ONU ao país

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Publicado em 08/08/2017 às 14:01
Foto: Jose Manuel Ribeiro/AFP
As autoridades da venezuelanas vetaram o acesso dos investigadores da ONU ao país - FOTO: Foto: Jose Manuel Ribeiro/AFP
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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou nesta terça-feira (8) sua preocupação com que a Venezuela esteja se distanciando da paz, após a instalação da Assembleia Constituinte repudiada pela oposição.

"Guterres está preocupado com que os recentes acontecimentos na Venezuela possam levar a uma escalada maior das tensões e distanciar o país do caminho que conduza a uma solução pacífica de seus desafios", afirmou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em um comunicado.

O chefe da ONU insiste em que a crise venezuelana não pode ser resolvida "pela imposição de medidas unilaterais" e pede ao governo de Nicolás Maduro e à oposição que retomem as negociações.

Nesta terça (8), em Genebra, a ONU denunciou o "uso generalizado e sistemático da força excessiva", assim como de "torturas", durante os protestos na Venezuela. Também responsabilizou as forças de segurança e as milícias pró-governo pela morte de pelo menos 73 manifestantes.

"As entrevistas realizadas a distância (...) sugerem que tem acontecido na Venezuela um uso generalizado e sistemático de força excessiva e detenções arbitrárias contra os manifestantes", declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, em um comunicado.

"Milhares de pessoas foram detidas arbitrariamente. Muitas delas foram vítimas de maus-tratos e inclusive de torturas", completa o texto.

Como as autoridades da Venezuela vetaram o acesso dos investigadores da ONU ao país, Zeid solicitou a uma equipe de especialistas em direitos humanos que fizesse 135 entrevistas a distância com vítimas e familiares, além de testemunhas, jornalistas, advogados, médicos e um funcionário da Procuradoria Geral.

O alto comissário pediu às autoridades venezuelanas "o fim imediato do uso excessivo da força contra os manifestantes, que cessem as detenções arbitrárias e libertem todas as pessoas que foram detidas arbitrariamente".

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