ESTADOS UNIDOS

Trump ataca mulheres que o acusam de assédio sexual

Três mulheres que afirmam ter sido assediadas sexualmente por Trump antes de sua candidatura à Presidência pediram ao Congresso que o investigue

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Publicado em 12/12/2017 às 22:04
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Três mulheres que afirmam ter sido assediadas sexualmente por Trump antes de sua candidatura à Presidência pediram ao Congresso que o investigue - FOTO: Foto: SAUL LOEB / AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou nesta terça-feira (12) as mulheres que o acusam de assédio sexual, denunciando suas "falsas acusações e histórias inventadas", depois que várias delas pediram ao Congresso que o investigue.

Três mulheres que afirmam ter sido assediadas sexualmente por Trump antes de sua candidatura à Presidência pediram na segunda-feira aos legisladores para abrirem uma investigação sobre o comportamento do chefe de Estado.

Rachel Crooks, Jessica Leeds e Samantha Holvey, que já denunciaram Trump durante a campanha presidencial de 2016, apareceram na emissora de televisão nacional NBC para exigir que o presidente seja responsabilizado por seus atos.

Crooks, ex-recepcionista na Torre Trump de Nova York, afirma que ele a beijou na boca em 2005 depois que ela, então com 22 anos, se apresentou. 

Leeds disse que Trump a apalpou em um voo comercial. E Holvey alega que o presidente se comportou de maneira inapropriada quando participava do concurso de beleza Miss Estados Unidos, ao aparecer nos bastidores quando ela e outras mulheres estavam nuas.

Nesta terça-feira, Trump contra-atacou no Twitter, assinalando seus opositores democratas por incitarem as mulheres a falar com jornalistas sobre o suposto assédio. 

"Apesar das milhares de horas desperdiçadas e dos milhões de dólares gastos, os democratas não conseguiram mostrar nenhum conluio com a Rússia e agora estão passando para as acusações falsas e histórias inventadas de mulheres que não sei quem são e/ou nunca conheci. NOTÍCIAS FALSAS!", tuitou.

Democratas pediram investigação

Na segunda-feira, 54 legisladoras democratas pediram uma investigação do presidente. A senadora democrata Kirsten Gillibrand inclusive disse que Trump deveria "renunciar de imediato". 

Em outro tuíte nesta terça, Trump descreveu Gillibrand como "peso-pena". Em um tom muito agressivo, disse que "não faz muito tempo", ela "vinha ao meu gabinete 'mendigando' contribuições para sua campanha". E, de maneira implícita, acrescentou que a legisladora "faria qualquer coisa" para conseguir esses fundos.

Gillibrand respondeu com outro tuíte: "você não pode me silenciar. Nem a mim, nem as milhões de mulheres que saíram para falar claramente sobre a incapacidade e vergonha que você trouxe ao Salão Oval".

A senadora de Nova York foi a primeira a pedir ao seu colega democrata Al Franken, denunciado por várias mulheres de assédio, que renunciasse. Além de Franken, outros dois legisladores americanos renunciaram ao Congresso na semana passada por acusações de assédio.

Outra senadora, Elizabeth Warren, que é alvo recorrente dos ataques de Trump, também investiu contra as palavras e insinuações de Trump: "realmente está tratando de intimidar e pressionar a senadora Gillibrand para silenciá-la".

Dianne Feinstein, senadora democrata pela Califórnia, criticou "outro tuíte repugnante" do presidente: "este homem tem um problema, simples assim", e deve eliminar sua conta no Twitter "pelo bem deste país". 

A Casa Branca negou vigorosamente qualquer conotação sexual das declarações de Trump.

Apenas "mentes mesquinhas" entendem isto assim, disse a porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders, alegando que Trump usou repetidamente a mesma terminologia no passado, dirigida tanto a mulheres como a homens, para denunciar o clientelismo e o lugar do dinheiro em um sistema político que "já não funciona".

Um total de 16 mulheres denunciaram publicamente Trump por má conduta, que se gabou em uma fita durante a campanha que poderia beijar e apalpar mulheres impunemente devido a sua fama.

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