IRREGULARIDADES

Rivais de Maduro denunciam irregularidades e ''recompensa'' por voto

Denúncias dos presidenciáveis Henri Falcón e Javier Bertucci denunciaram os "pontos vermelhos" de Nicolás Maduro

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Publicado em 20/05/2018 às 17:16
Frederico Parra/AFP
Denúncias dos presidenciáveis Henri Falcón e Javier Bertucci denunciaram os "pontos vermelhos" de Nicolás Maduro - FOTO: Frederico Parra/AFP
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Irregularidades cometidas pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram denunciadas pelos seus rivais nas eleições à presidência. Segundo as denúncias de Henri Falcón e Javier Bertucci, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), partido de Maduro,  instalou "pontos vermelhos" muito próximo aos centros de votação, e até dentro deles. Nesses locais os eleitores apresentam o "cartão da pátria" e recebem a "recompensa" prometida por Maduro durante a campanha. As informações são do portal UOL.

Nos "pontos vermelhos" os eleitores apresentam o cartão, que é escaneado identificar quais são os benefícios que recebem do governo de Maduro.  O benefício foi oferecido durante as últimas semanas, como um bônus. Para que as pessoas com essa carteira fossem votar livremente. A medida foi proibida posteriormente pelas autoridades, mas o presidente não retirou os benefícios já concedidos até agora.

Os relatos de correspondentes internacionais é de que a presença de eleitores nos locais de votação tem sido baixa- atendendo ao apelo da oposição, que visa boicotar o pleito.  Imagens dos centros de votação vazios contrastam com fotos de longas filas nos "pontos vermelhos", onde o cartão governamental é apresentado.


Segundo acordo firmado entre os partidos, os pontos deveriam estar instalados a mais de 200m dos centros de votação. O candidato Henri Falcón afirmou ter recebido ao menos 350 denúncias de que os pontos estariam instalados até mesmo dentro dos locais de votação. Segundo o presidenciável, está sendo paga uma recompensa de 10 milhões de bolívares (cerca de US$ 10) por cada eleitor que apresente seu "cartão da pátria".

"A situação é generalizada, com a instalação de pontos vermelhos como mecanismo de pressão, de chantagem política, social. Querem mais uma vez comprar a dignidade de um setor da população", disse Falcon, que é um dissidente chavista, mas também denunciou o abuso do "voto assistido"- o uso de acompanhantes para levar o eleitor até a máquina de votação para ajudá-lo no processo. O auxílio só é autorizado para idosos ou pessoas com alguma incapacidade.

O ex-pastor Bertucci, que chamou atenção durante sua campanha por distribuir sopa e refeições em seus comícios, também relatou ter recebido cerca de 300 denúncias de irregularidades em relação aos "pontos vermelhos" e a votação assistida. "Como não denunciar quando se leva as pessoas como se fossem cordeirinhos? Tem que dar liberdade às pessoas", expressou após votar.

"À parte da compra de consciência, da intimidação ao eleitor, eles perguntam até em quem a pessoa vai votar e começam a oferecer dinheiro, comida. Não há liberdade", afirmou o ex-pastor. O líder evangélico afirmou possuir fotos e vídeos que respaldam as denúncias. Segundo ele, as irregularidades estão ocorrendo em seções eleitorais com poucos observadores. "Esse não é um ato democrático, não é um exercício democrático. Estão usando a fome do povo. Usando comida e dinheiro para comprar votos", acusou Bertucci.

Tanto Falcón como Bertucci pediram ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - de linha governista - para "tomar as rédeas na questão". "As denúncias relativas aos pontos políticos foram atendidas", assegurou a presidente do CNE, Tibisay Lucena, em entrevista coletiva posterior às reclamações dos candidatos.

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