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Primeiro-ministro do Japão diz estar aberto a reunir-se com Kim Jong Un

Shinzo Abe, que ganhou notoriedade política apoiando uma linha dura contra Pyongyang, disse que está disposto a ''um novo começo''

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Publicado em 26/09/2018 às 4:35
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Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que o planejamento dos jogos continua, mas já considera a opção do adiamento - FOTO: Foto: BRYAN R. SMITH / AFP
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O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse nesta terça-feira (25) que está aberto a uma reunião com Kim Jong Un, após a histórica cúpula do líder norte-coreano com o presidente americano Donald Trump em junho.

Abe, que ganhou notoriedade política apoiando uma linha dura contra Pyongyang, disse à Assembleia Geral da ONU que está disposto a "um novo começo", que teria início com um encontro com Kim.

Segundo o premier japonês, qualquer reunião passaria por resolver a questão de décadas envolvendo o destino de civis japoneses sequestrados pelo regime norte-coreano, um tema profundamente emotivo para a maior parte da população do arquipélago e sobre o qual Abe construiu sua carreira política.

"Para resolver o tema dos sequestros também estou preparado para romper a couraça da desconfiança mútua com a Coreia do Norte, empreender um novo começo e me reunir cara a cara com o presidente Kim Jong Un", declarou Abe em seu discurso na ONU.

"Mas se vamos ter uma reunião, então estou decidido que ela contribua para uma solução do tema dos sequestrados".

Sequestros

A Coreia do Norte sequestrou dezenas de civis japoneses entre 1970 e 1980 para que ensinassem aos espiões do regime o idioma e a cultura japonesa.

O então premier Junichiro Koizumi viajou em duas ocasiões a Pyongyang para buscar uma nova relação com Kim Jong Il, pai do atual líder, quando a Coreia do Norte lhe informou que os sequestrados já haviam falecido, o que é firmemente rejeitado por familiares e ativistas.

Após a reunião entre Kim e o presidente americano, Donald Trump, em Singapura, no mês de junho, e com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, também cortejando o líder norte-coreano, crescem os temores de que o Japão seja excluído de qualquer resolução final em relação à Coreia do Norte caso se negue a um diálogo bilateral.

Em seu próprio discurso na ONU, Trump destacou nesta terça-feira o "audaz e novo impulso pela paz", e saudou a coragem de Kim.

Apesar do otimismo de Trump, muitos analistas estão céticos sobre a mudança de posição do regime norte-coreano.

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