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Editorial: Petrobras está rindo à toa neste primeiro trimestre

Ao mesmo tempo em que anunciava o bom desempenho, a empresa detalhou alguns pontos que permitiram o lucro líquido: aumento dos preços internacionais do petróleo

JC Online
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Publicado em 09/05/2018 às 7:22
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Ao mesmo tempo em que anunciava o bom desempenho, a empresa detalhou alguns pontos que permitiram o lucro líquido: aumento dos preços internacionais do petróleo - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O presidente da Petrobras, Pedro Parente, estava rindo à toa nesta terça-feira e tinha boas razões para isso. A principal é o lucro líquido de R$ 6,96 bilhões no 1º trimestre de 2018, melhor resultado trimestral desde o início de 2013. “Com este resultado, consolidamos a trajetória de recuperação da Petrobras”. Essa é uma boa notícia sem dono, como um patrimônio do povo brasileiro que volta a ser edificado depois de reduzido a escombros. Pode até ser entendida como resultado de um bom trabalho de gerenciamento, mas não pertence a ninguém especificamente; é uma conquista da nação em meio às tempestades que vêm sendo acentuadas desde que a maior empresa pública do País entrou em trajetória de queda, a partir de 2014, com as investigações da Operação Lava Jato.

Ao mesmo tempo em que anunciava o bom desempenho, a empresa detalhou alguns pontos que permitiram o lucro líquido: aumento dos preços internacionais do petróleo – que saíram de US$ 53,8 na média do 1º trimestre de 2017 para US$ 66,8 neste ano –, o ganho de R$ 3,223 bilhões com a cessão dos direitos dos campos de Lapa, Iara e Carcará, maior lucro com vendas de combustíveis e derivados, maiores margens e volumes na comercialização de gás natural, menores gastos com ociosidade de equipamentos e redução de despesas. Com exceção do primeiro item, que independe da vontade de nossa estatal, os demais têm a ver com processos de um gerenciamento que deve ser sustentável no atual ou em qualquer governo que venha por aí.

Contudo, o sorriso entusiasmado de Parente não é 100% compartilhado quando se verificam casos como do campo de Carcará – primeira venda de um campo do pré-sal na bacia de Santos –, considerado uma das “joias da coroa” vendida à estatal norueguesa Statoil. De outro lado, as fatias dos campos de Lapa e Iara vendidas para a Total – um grupo empresarial com sede em La Défense, Paris –, “a um preço extremamente baixo”, segundo entendimento da Associação dos Engenheiros da Petrobras ao analisar o decreto 9.355/18 que estabelece regras para a cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos pela nossa estatal.

Mas essas reticências ao que parece já faziam parte do trabalho destinado a resgatar a Petrobras de seus momentos mais difíceis: “Estamos cumprindo à risca o que prometemos no nosso plano de negócios anunciado em 2016 e o resultado do primeiro trimestre mostra que as escolhas têm sido acertadas e que o esforço tem valido a pena. Nosso objetivo – e ainda há muito o que fazer – é chegar a dezembro com uma empresa que tem indicadores de segurança entre os melhores do nosso setor, financeiramente equilibrada e com sua reputação recuperada”, disse Pedro Parente ao anunciar o desempenho positivo do primeiro
trimestre. Um propósito que tem a ver com as expectativas de todos os brasileiros desde o nascimento da Petrobras em 3 de outubro de 1953

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