O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), cancelou a sessão marcada para segunda-feira (11) que iria apreciar o parecer do recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Serraglio, que é aliado de Cunha, alegou que o peemedebista fez nesta quinta (7) um aditamento ao recurso informando sobre a renúncia à presidência da Casa e sua nova condição de deputado sem cargo. O presidente da CCJ convocou a sessão para a terça-feira (12).
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No comunicado distribuído aos parlamentares, Serraglio considera "o fato novo ocorrido no dia de hoje" e a "frustração da expectativa" de esforço concentrado na Câmara como motivos do cancelamento da sessão de segunda-feira. Com a decisão, a possibilidade da votação da cassação de Cunha no plenário antes do recesso parlamentar foi enterrada.
Agora, Serraglio vai levar o aditamento ao relator Ronaldo Fonseca (PROS-DF), que terá de se manifestar e, com isso, atrasar ainda mais o processo de cassação. No aditamento, Cunha alega que não é mais presidente da Casa e tem de ser tratado como um parlamentar comum. Se Cunha conseguir 34 votos de 66 membros da CCJ, ele conseguirá fazer o processo de cassação voltar ao Conselho de Ética.
Pressionado por adversários de Cunha, Serraglio havia concordado na quarta em antecipar a sessão de apreciação do recurso na CCJ para segunda-feira. Os deputados que defendem a cassação de Cunha queriam aproveitar o momento de fragilidade política e a tendência de derrota do peemedebista na comissão para agilizar o processo. Nesta quinta, Serraglio disse que cancelou a sessão para não haver questionamento futuro. "Queremos evitar nulidade", respondeu ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.