Temor

Pânico em Istambul durante golpe militar na Turquia

Muitos moradores estavam preocupados ou cediam ao pânico, se dirigindo aos mercados para comprar água

AFP
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Publicado em 15/07/2016 às 21:47
Foto: GURCAN OZTURK / AFP
Muitos moradores estavam preocupados ou cediam ao pânico, se dirigindo aos mercados para comprar água - FOTO: Foto: GURCAN OZTURK / AFP
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Quando começaram a vir à tona as primeiras notícias de uma tentativa de golpe militar na Turquia, jovens que curtiam a noite diziam que não iriam embora sem seus drinques, mas à medida que a noite avançava, cadeiras foram esvaziando e o medo crescia em Istambul.

A emissora TRT anunciou que "há um golpe, há lei marcial", gritou o dono de um estabelecimento em Istambul, e em segundos, as cadeiras desocuparam e as pessoas se dispersaram.

Minutos antes da advertência do dono do estabelecimento, Ali, um orgulhoso morador do bairro de Besiktas, em Istambul, disse que não queria outro golpe de Estado, enquanto helicópteros sobrevoavam a cidade e as pessoas olhavam nervosamente para cima.

"Este país viveu tantos golpes, sou contra. Não vai funcionar", disse, mostrando uma tatuagem com o rosto de Ataturk, que expressa seu amor pelo fundador do Estado turco moderno.

"Vejam, todos vão para casa por causa do golpe. Quanta gente mora aqui? Este lugar devia estar cheio", expressou. 

"O golpe não é bom, vai nos atrasar em 20 anos. Irmãos não deveriam derramar sangue", disse.  

Seu amigo, Basak, concordou.

"Este país viu muitos golpes e não estamos prontos para outro", destacou.

Nos arredores, outros cafés e restaurantes já tinham fechado as portas depois que um grupo de militares anunciou ter tomado o poder na Turquia.

O presidente Recep Tayyp Erdogan afirma que se trata de uma tentativa destinada ao fracasso, durante a noite, mais de uma dezena de pessoas morreram e várias ficaram feridas em Ancara e Istambul.

Filas nas caixas

Emissoras de TV mostraram multidões concentradas perto do aeroporto Ataturk de Istambul para celebrar a tentativa de golpe de Estado. Outros, na praça Taksim, protestavam contra o golpe.

Muitos moradores estavam preocupados ou cediam ao pânico. Dirigiam-se aos mercados para comprar água e aos caixas eletrônicos para tirar dinheiro.

Quando Ali quis sair, seus amigos avisaram: "melhor esperar até amanhã". 

Depois que os jovens finalmente partiram, todo o resto também tinha ido. Nas ruas, dezenas de pessoas faziam fila nos caixas eletrônicos, preocupados em ter dinheiro para os próximos dias. 

Pouco depois que Ali e seus amigos saíram, um fotógrafo da AFP informou que as tropas turcas feriram vários civis que protestavam contra uma tentativa de golpe de Estado em uma das pontes sobre o Bósforo que unem os setores asiático e europeu de Istambul.

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