Mais de 83 mil pessoas em Pernambuco são suspeitas de não cumprir os requisitos econômicos obrigatórios para receber o benefício do programa Bolsa Família, do Governo Federal. Durante o período que compreende de 2013 a 2016 os pagamentos feitos a esse perfis totalizam R$ 315.834.208 no Estado. Os dados, divulgados ontem pelo Ministério Público Federal (MPF), fazem parte da ação coordenada pelas Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MPF chamada Raio X do Bolsa Família.
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Alguns perfis são suspeitos por apresentarem indicativos de capacidade econômica superior ao limites legais dos programas, que são pobreza e extrema pobreza, como empresários (30.090), servidores públicos (53.524), pessoas já falecidas (781), doadores de campanha que realizaram doações maiores que os benefícios (159) e servidores públicos doadores de campanha (227). Isso significa que o estado pagou 4,9% dos recursos do programa aos perfis irregulares.
Em Pernambuco, a cidades que aparecem no ranking com maior número de perfis suspeitos foram Palmeirina (11,18%), Água Preta (10,76%), Gameleira (10,26%), Carnaubeira da Penha (10,22%), Solidão (9,80%), Fernando de Noronha (9,75%).
No Brasil
No Brasil, mais de 870 mil beneficiários do programa são suspeitos de irregularidades totalizando mais de R$ 3,3 bilhões pagos a perfis suspeitos. O diagnóstico do MPF verificou todos os 5.570 municípios brasileiros, e apenas 31 cidades não apresentaram nenhum indício de irregularidades. Entre elas, o Rio Grande do Sul é o estado com maior número de municípios que não foram detectados indícios de irregularidade (20), seguidos de Santa Catarina (6), São Paulo (3) e Minas Gerais (2). Já o estado com maior incidência percentual de perfis suspeitos foi Roraima, com 8,89% de recursos do programa pagos. Já o estado do Pará apresentou o menor percentual de perfis suspeitos com relação ao total de recursos pagos pelo programa (1,62%).