Em depoimento prestado nesta sexta-feira (5), o ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou que teve uma reunião secreta, já durante o andamento da operação Lava Jato, com o ex-presidente Lula para acertar o fechamento de contas no exterior que estavam sendo preparadas para o recebimento de propinas fruto de contratos da Petrobras.
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A informação, divulgada pela revista Veja, teria sido repassada por Duque ao juiz Sérgio Moro. Segundo Renato Duque, o ex-presidente relatou que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar e o ex-presidente fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina. "Você não pode ter contas no exterior, entendeu?", teria dito o petista.
Um dos principais operadores do PT na Petrobras, Renato também afirmou que se reuniu com Lula secretamente para discutir contratos de interesse das empreiteiras do petrolão em pelo menos outras duas oportunidades. O ex-diretor da Petrobras já foi condenado na Lava Jato e tenta fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Ex-ministro Palocci
Ainda segundo Renato Duque, o ex-ministro Antonio Palocci foi designado por Lula para ser o grande responsável por negociar as propinas em contratos com as empreiteiras. Além de confirmar que Lula recebia propinas do esquema, Duque disse ter escutado do ex-tesoureiro João Vaccari Neto que Palocci administrava a parte do ex-presidente nas propinas da Sete Brasil.