BRASÍLIA

Deputado Wladimir Costa é acusado de assédio a jornalista após jantar com Temer

Parlamentar já fez tatuagem em homenagem ao presidente e foi flagrado pedindo 'nude' no plenário da Câmara

JC Online
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Publicado em 04/08/2017 às 16:27
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Parlamentar já fez tatuagem em homenagem ao presidente e foi flagrado pedindo 'nude' no plenário da Câmara - FOTO: Foto:Reprodução
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Em meio às polêmicas sobre tatuar na pele o nome do presidente, ir a evento oficial de camiseta, bermuda e bebendo cerveja, provocar confusão no plenário da Câmara e pedir "nude" durante votação na Casa, o deputado Wladimir Costa (Solidariedade-PA) agora é alvo de repúdio por conta de um suposto assédio sexual e moral, segundo nota de entidades, a uma jornalista do Distrito Federal. Basilia Rodrigues, que trabalha há dez anos cobrindo os eventos políticos e do judiciário, usou uma rede social para expor a indignação e, de alguma forma,"punir no ego o parlamentar".

No dia 1º de agosto, a jornalista estava, a trabalho, cobrindo um jantar entre o presidente Michel Temer e aliados políticos, na noite anterior à votação que culminou no arquivamento da denúncia de corrupção passiva supostamente praticada pelo presidente. O evento, que estava sendo acompanhado por vários outros membros da imprensa, rodeado por câmeras e microfones, não foi capaz de inibir o ato classificado como "misógino" e "machista".

"Costa saiu orgulhoso do jantar dizendo que apresentou a tatuagem pra Temer, e que o presidente teria gostado. Pergunto pro deputado 1, deputado 2, deputado 3. Enfim, alguém aí viu o "taputado", o "detuado" se expôr à flor da pele para Temer? Não.
Ele sai, brinca, se vangloria e dá sua versão. Pergunto: Deputado, o senhor pode mostrar de novo? Ele responde: "Pra você, só se for o corpo inteiro". Vou repetir essa resposta com destaque. "PRA VO-CÊ, SÓ SE FOR O COR-PO IN-TEI-RO".", diz trecho da publicação "Um ensaio sobre a idiotice", publicado pela jornalista.

"Havia outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV focados nele. Mas nada disso "evitou" uma gracinha ou uma "desgracinha" machista. Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega. Idiotice sabe mesmo ser feito bala perdida", continua.

Polêmicas

Esta não é a primeira vez que Wladimir se vê envolvido em polêmicas. No sábado, 29, o parlamentar, em evento oficial no Estado do Pará, foi visto com uma camiseta regata, bermuda jeans e uma lata de cerveja na mão. O comportamento, que gerou uma série de críticas, foi no dia em que a famosa tatuagem em homenagem ao presidente foi apresentada, e antecedeu mais um episódio constrangedor. Durante a votação contra Temer na Câmara, nessa quarta-feira (2), o deputado foi flagrado pedindo um suposto "nude" a uma mulher, via WhatsApp.

Sobre a conversa no Whatsapp em que foi flagrado, Wladimir Costa afirmou que a jornalista com quem conversava estava o incomodando, pedindo que ele mandasse fotos da sua tatuagem. "Trata-se de jornalista que estava há 48 horas enchendo meu saco, querendo me induzir a mostrar o meu corpo, tirar a minha camisa dentro do plenário da Câmara, onde se eu fizesse essa loucura, eu incorreria na quebra do decoro parlamentar", disse o parlamentar em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal, nesta sexta-feira (4).

O deputado ainda é réu no STF desde 2010, junto com Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, irmão dele, sob a acusação de ter ficado com dinheiro que teria como destino inicial servidores fantasmas.

Sobre o episódio após o jantar com Michel Temer, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, o Coletivo das Mulheres Jornalistas do SJPDF e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do DF (Cojira-DF), emitiram uma nota de repúdio.

Ao JC, Basilia preferiu não comentar sobre denúncia formalizada na polícia ou justiça. A assessoria do deputado disse já tomado conhecimento do caso, mas que ainda não conseguiu manter contato com o parlamentar, que está no interior do Pará.

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