O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu, nesta terça-feira (8), dar aval para que a Polícia Federal submeta o celular apreendido com o coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer, a uma perícia.
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A PF havia apresentado o pedido no âmbito das investigações relacionadas às buscas e apreensões que envolveram Temer no último mês de maio, na Operação Patmos. A solicitação levou em consideração também a possibilidade da perda de dados.
Seguindo o laudo da Polícia Federal, em relação a emails, só foi possível obter data, hora, assunto, remetente e destinatário, mas não o conteúdo, por conta da memória protegida do equipamento.
No despacho, Fachin liberou "a realização de todos os procedimentos necessários à ampla extração de dados”.
Para extrair os dados, é necessário realizar uma técnica de desbloqueio chamada "jailbreak", mas o procedimento pode fazer os dados serem apagados ou pode levar à inutilização do aparelho, segundo a PF. Além disso, a perícia também não conseguiu acessar mensagens do whatsapp
Coronel Lima
Amigo do presidente Michel Temer, Lima é apontado pelos delatores da JBS como um dos destinatários de repasses ilícitos.
Lima conheceu Temer nos anos 1980, quando o presidente ocupou pela primeira vez o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo.
Suspeitas envolvendo o nome de Lima surgiram na Lava Jato em 2016. Segundo as investigações, de 2011 a 2016, durante o período em que Temer ocupou a Vice-Presidência, a Argeplan do coronel recebeu R$ 1,1 milhão por serviços em uma ferrovia e uma estrada federal, além de obter contratos na Secretaria de Aviação Civil.