A ex-senadora Marina Silva criticou, em vídeo postado em suas redes sociais, o decreto do presidente Michel Temer que extinguiu área de conservação na Amazônia. No vídeo, Marina chama as ações do governo de "negociatas" e afirma que o País está entregando terras da Amazônia para a grilagem.
O presidente Michel Temer extinguiu nesta quarta (23) uma área de reserva, na Amazônia, de 46.450 km - tamanho equivalente ao do Espírito Santo -, na divisa entre Pará e Amapá, conhecida como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados). A região possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre.
"O presidente Temer, vergonhosamente, com uma canetada, extingue a Reserva Nacional do Cobre", afirmou a candidata derrotada à Presidência da República em 2014.
Marina considerou que o decreto é parte de negociações do governo com o Congresso em busca de apoio. Marina lembrou a votação na Câmara dos Deputados que barrou a denúncia por corrupção contra Temer. Para a ex-senadora, o governo se envolve em "negociatas" com a base no Congresso em troca de apoio.
"Antes, se fazia decreto para criar unidade de conservação, terra indígena, para proteger recursos naturais", disse Marina. "Agora estão fazendo decreto para acabar com o que foi feito em governos anteriores", acrescentou.
Na defesa das críticas
O governo, por sua vez, tem tentado se defender das críticas sobre o tema. Ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que está havendo uma confusão no caso. "Os fatos estão sendo retratados de forma inverídica", disse Padilha ao Broadcast Político.
Segundo ele, a medida assinada por Temer tem como objetivo regularizar uma situação que já acontecia na reserva. "Antes ela era destinada apenas a exploração de cobre, mas clandestinamente exploravam outros minerais, como cobre e ouro, a medida não abre nenhuma área de exploração nova, apenas regulamenta as que hoje já acontecem de forma clandestina", explicou.
Na quinta-feira, após a modelo brasileira Gisele Bündchen criticar o decreto assinado por Temer extinguindo a Renca, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República emitiu uma nota para esclarecer o ato do presidente.
"Como explicita o nome, o que deixou de existir foi uma antiga reserva mineral - e não ambiental. Nenhuma reserva ambiental da Amazônia foi tocada pela medida. A extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) não afeta as Unidades de Conservação Federais existentes na área - todas de proteção integral, onde não é permitido a mineração", alega o governo.