LITERATURA

Livro traz memórias da guerrilha do Araguaia

Dagoberto Alves Costa quebra o silêncio e conta em seu livro Memórias do Araguaia a experiência de ter participado da guerrilha do Araguaia

Vinícius Sales
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Vinícius Sales
Publicado em 08/05/2018 às 14:25
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Dagoberto Alves Costa quebra o silêncio e conta em seu livro Memórias do Araguaia a experiência de ter participado da guerrilha do Araguaia - FOTO: Foto: Divulgação
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“Juízo, hein, rapaz! Não se meta mais com esses subversivos. Grave bem: você não terá uma segunda chance. Se for preso de novo, está morto”. Recebendo a drástica recomendação do general Bandeira, Dagoberto Alves Costa foi liberado do Pelotão de Investigações Criminais (PIC), em Brasília, após dois anos de cárcere.

Hoje, após mais de quatro décadas, ele quebra o silêncio e conta em seu livro Memórias do Araguaia a experiência de ter participado da guerrilha do Araguaia (1972-1975) pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Nascido em São Luis, no dia 3 de março de 1944, Dagoberto conta que a política sempre fez parte de sua rotina. Do Liceu Maranhense até a família, os acontecimentos em torno da Guerra Fria, do petróleo e da soberania nacional preenchiam os diálogos e as rodas de conversas. “Fui criado nesse ambiente, relativamente politizado, em que se oscilava, sem nenhuma dicotomia dramática, entre o americanismo e o nacionalismo”.

Mas foi no Rio de Janeiro que sua trajetória política fervilhou. Chegando no início dos anos 60, o contexto político se acirrara com a renúncia de Jânio Quadros. Tanto esquerda, como direita buscavam suas saídas para o imbróglio nacional. No meio tempo, Beto, como era comumente chamado no meio, se envolveu com o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e logo em seguida integrou a fila de guerrilheiros que partiam para o Amazonas.

“Rapidamente eu seria tragado pelo radicalismo da época e, passo a passo, meio sem atentar até onde chegaria, vi-me em plena Floresta Amazônica, pronto para derrubar a ditadura militar e implantar o comunismo no Brasil.”

Após alguns meses de guerrilha, capturado e preso pelos militares, Beto sofreu com as torturas do regime. Nos “porões da ditadura”, choques elétricos, empurrões, chutes, tapas e até ficar suspenso por uma corda em pleno vôo; foram alguns dos momentos vividos pelo ex-guerrilheiro comunista.

SERVIÇO

Lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o livro Memórias do Araguaia será lançado nesta terça-feira (8) na Livraria Cultura do Recife Antigo (Rua Madre de Deus, s/n), a partir das 19h.

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