ENTREVISTA

'Ele está preso pois cometeu um crime', diz Moro sobre Lula

Em entrevista ao Fantástico (TV Globo), o juiz Sérgio Moro voltou a afirmar que a prisão de Lula nada tem a ver com o ministério que ele vai assumir a partir de 2019

JC Online e Estadão Conteúdo
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Publicado em 11/11/2018 às 23:50
Foto: Arquivo/ Agência Brasil
Em entrevista ao Fantástico (TV Globo), o juiz Sérgio Moro voltou a afirmar que a prisão de Lula nada tem a ver com o ministério que ele vai assumir a partir de 2019 - FOTO: Foto: Arquivo/ Agência Brasil
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O juiz Sérgio Moro voltou a afirmar, neste domingo (11), em entrevista ao programa Fantástico (Globo), que o ex-presidente Lula (PT) está preso por conta dos crimes investigados na Operação Lava Jato. Perguntado sobra as críticas feitas, onde teria utilizado a prisão do petista para se promover ao cargo de ministro, Moro respondeu: "Existe essa fantasia, mas ele está preso porque cometeu um crime."

Moro também argumentou que a decisão proferida contra Lula, feita e julho de 2017 por lavagem de dinheiro e corrução, teria sido anterior a qualquer pretensão ministerial." A decisão de Lula saiu em 2017. Na época eu não conhecia o (Jair) Bolsonaro (PSL). Pelo o que eu vejo nas ruas e nas pessoas, ninguém tem essa sombra de desconfiança.

Questionado sobre a reação popular por sua nomeação ao superministério da Justiça e Segurança, ele afirmou perceber grande expectativa por parte da população. "Eu percebi um certo entusiasmo para eu que eu aceitasse o convite. Isso é um sinal que há uma grande expectativa.

Tentação

Sérgio Moro também afirmou que foi procurado pelo economista Paulo Guedes no dia 23 de outubro, cinco dias antes do segundo turno, quando foi sondado para o cargo. Moro disse ter ficado "tentado" com o possibilidade de ser ministro da Justiça na conversa com Guedes, mas que a decisão só foi tomada após o segundo turno, no dia 1º de novembro, em visita a Bolsonaro no Rio de Janeiro. "Há uma grande expectativa, espero corresponder", explicou.

O juiz ainda disse que sua função no governo será técnica e que não é "um político que mente". Sobre a perspectiva de ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o futuro ministro disse que seu nome poderá "ser cogitado" quando surgir uma vaga.

Ministérios

O futuro ministro também defendeu o afastamento de ministros investigados por corrupção se as denúncias forem consistentes. "Tem que ser avaliado. Acho que é uma falácia que se ouviu no passado que é preciso esperar o trânsito em julgado. Defendo que em caso de corrupção se analise as provas e faça um juízo de consistência", argumentou Moro, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

Moro poderá auxiliar o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a tomar uma decisão de afastamento de um ministro acusado de corrupção, se necessário. "Eu não assumiria o papel de ministro da Justiça com o risco de comprometer a minha biografia, o meu histórico. Isso foi objeto de discussão e a afirmação do presidente eleito é que ninguém seria protegido se surgissem casos de corrupção", afirmou o juiz.

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