Rumo a 2012

Resolução do PT não garante candidatura de João da Costa

Cúpula petista afasta tese de que prefeitos têm precedência na escolha das candidaturas

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 07/10/2011 às 12:07
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Decisão que pegou de surpresa dirigentes do PT pernambucano, resolução aprovada pela Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília, derruba a ideia de que os atuais prefeitos têm precedência na escolha do candidato do partido para 2012. Com a posição da Executiva, ad-referendum do Diretório Nacional, cai por terra a alegação de existência de candidatura nata ou natural, que seria a do gestor no cargo, mesmo que ele queira disputar a reeleição. A resolução do PT remete, por sua vez, a escolha do candidato para os encontros ou prévias partidárias em 2012.

Transportada para o Recife, a resolução - que normatiza o processo de definição de candidaturas do PT - deixa em aberto a sucessão. O prefeito João da Costa não é candidato nato e qualquer petista pode disputar a indicação. Surpreendido pela notícia, o prefeito ressalvou, todavia, não haver novidade na posição. “Sempre foi assim. É a democracia interna. No PT, ninguém é candidato nato. Agora, quem está na gestão, sempre é levada em conta a sua precedência”, contestou.

Em um alerta para o risco de um embate interno, João da Costa lembrou que, “nas vezes em que houve disputa pela indicação e o gestor foi derrotado, o PT perdeu também a eleição”. Surpreso, o presidente estadual, Pedro Eugênio, coincidiu na reação ao afirmar que “não é novidade” a decisão. E procurou diferenciar candidatura nata de candidatura natural. “A Executiva choveu no molhado. Disse que os prefeitos não são necessariamente candidatos. Nato é isso. Isso não existe no PT. O que tenho dito é que o prefeito é um candidato natural. O atual prefeito será um nome em discussão. Outros podem surgir”, respondeu.

A resolução do PT surge sete dias depois de o ex-prefeito João Paulo, adversário de João da Costa, que lutava para ter a garantia da estadual de que seria o candidato - e ameaçava sair e ingressar no PV -, anunciar seu “dia do fico”, sob o argumento de que atendia pedido da presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito João da Costa reivindicava, por seu lado, a precedência pela reeleição.

Defensor da reeleição do prefeito, o secretário de Turismo do Recife, André Campos, admitiu que “não sabia” da resolução, mas minimizou seu impacto. “É o que todo mundo pensa: não há candidato nato. Apenas, os (prefeitos) que estiverem bem, não há o que mudar. É natural. Não existe candidato declarado, existe precedência”, disse. Isso, porém, não está escrito na resolução.

Procurado, João Paulo informou - por sua assessoria - que não iria se pronunciar. Mandou dizer, entretanto, que a Executiva, por unanimidade, o indicou para compor a comissão eleitoral nacional do PT que vai acompanhar o processo de 2012. Em reserva, um simpatizante do ex-prefeito afirmou que a indicação “não traz nenhum impedimento legal para qualquer membro da comissão ser candidato em 2012”.

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