Memória política

Joaquim Francisco retoma protagonismo político ao ingressar no PSDB

Ex-governador e ex-prefeito do Recife ele passou uma temporada no PSB, mas sem muito destaque

Franco Benites
Cadastrado por
Franco Benites
Publicado em 25/07/2016 às 8:26
Igo Bione/Acervo JC Imagem
Ex-governador e ex-prefeito do Recife Joaquim Francisco passou 5 anos no PSDB - FOTO: Igo Bione/Acervo JC Imagem
Leitura:

Quando anunciou a filiação ao PSB, em 2009, o ex-governador Joaquim Francisco surpreendeu aliados e adversários. A adesão à legenda, por meio de um convite do ex-governador Eduardo Campos, foi considerada uma mudança de rota e tanto devido ao seu passado na Arena, PSD e PFL. Seis anos após assinar a ficha de filiação socialista, Joaquim resolveu trocar novamente de partido e ingressou no PSDB. A mudança veio acompanhada por um retorno do seu protagonismo político-partidário no Estado.

No PSB, o máximo de destaque que Joaquim conseguiu foi ser suplente do senador Humberto Costa (PT), cargo devidamente entregue depois da saída da sigla. Em pouco mais de oito meses no PSDB, o ex-governador foi convidado pelo ministro interino das Cidades, Bruno Araújo, também da legenda, para presidir o Conselho de Administração da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Além do mais, ganhou mais liberdade partidária ao tornar-se presidente estadual do Instituto Teotônio Vilela, núcleo de estudos da legenda, e consultor da pré-candidatura a prefeito do Recife do deputado federal Daniel Coelho (PSDB).

Questionado se tem uma participação mais atuante no PSDB hoje do que teve no PSB, Joaquim diz que sim. “Fui convocado para justamente para isso, para contribuir com o partido. É um ambiente mais efervescente para mim. Tenho oferecido suporte teórico por meio de palestras do Instituo Teotônio Vilela. E isso porque sou um tucano de meio bico. Imagine quando tiver com um bico inteiro”, brinca.

Apesar de ser mais requisitado no PSDB do que nos tempos do PSB, Joaquim Francisco não critica o ex-partido. “Tive uma boa convivência com os socialistas, mas era algo mais formal, em inaugurações, outros eventos. Mas eu não tinha uma atuação na vida do partido. Posso dizer que cumpri a minha missão lá”, diz.

Além de governar Pernambuco, Joaquim foi prefeito do Recife por duas vezes, ministro (no governo Sarney), deputado federal e secretário estadual. Ele chegou à prefeitura pela primeira vez no início da década de 80, nomeado pelo então governador Roberto Magalhães. Em 1988, no PFL, retomou o posto de forma democrática, recebendo 248.781 votos. Dois anos depois, também no PFL, concorreu ao governo estadual, obteve 1.238.326 votos e derrotou Jarbas Vasconcelos (PMDB).

À frente do Estado, foi um dos primeiros governadores a romper com o ex-presidente Fernando Collor de Melo. A gestão Joaquim Francisco também ficou marcada por uma violenta ação de reintegração de posse na Imbiribiera, Zona Sul do Recife. Na época, o então deputado João Paulo (PT) foi atingido por soldados da Polícia Militar e teve quatro costelas quebradas e uma perfuração no pulmão. No hospital, recebeu a visita do governador.

Os caminhos de Joaquim e João Paulo voltariam a se cruzar em 2004. Filiado ao PTB, o ex-pefelista tentou ser prefeito do Recife pela terceira vez, mas recebeu 76.587 votos contra 458.846 votos do petista, reeleito para o posto. Na opinião de aliados, mesmo longe do PSB, o ex-governador poderia ter continuado como suplente de Humberto no Senado. Ele discorda. “Entendo que não seria o correto”, resume.

Aos 68 anos, com o fôlego político retomado, Joaquim pensa em encarar as urnas novamente de olho em uma vaga de deputado federal. “Este ano, estou fora. Se as condições de clima e temperatura forem favoráveis em 2018, poderei ser candidato. Se for possível, tenho a intenção de trabalhar temas ligados à Lei de Responsabilidade Fiscal e à questão dos resíduos sólidos. A política é uma praia em que gosto de estar e que eu navego bem”, diz.

Últimas notícias