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Transposição ficará pronta em 2017, promete Michel Temer

Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, presidente Michel Temer (PMDB) nega crise no governo e fala sobre obras hídricas

Da editoria de Política
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Publicado em 10/12/2016 às 7:00
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, presidente Michel Temer (PMDB) nega crise no governo e fala sobre obras hídricas - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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RÁDIO JORNAL: O presidente do conselho da Raia Drogasil disse que é difícil apoiar um governo que troca tantos ministros, até que ponto ele está certo?

MICHEL TEMER: Ele está completamente equivocado. Quando você troca ministros, evidentemente, é para melhorar a administração. Se houve problema com um ou outro ministro... Alias, eu devo dizer que aqueles ministros que saíram pediram para sair. Isso é natural no governo, não altera o governo, a administração continua da mesma maneira, não há problema nenhum. Tanto é que hoje estou aqui em Pernambuco, no momento no município de Surubim, aqui na barragem de Jucazinho, trazendo exatamente obras. Assinei duas ordens de serviço para a recuperação emergencial da barragem, assinei uma outra ordem de serviço para implantação de adutoras dentro do sistema produtor de Palmeirinha, nós estamos repassando nesse momento R$ 12 milhões para obras emergências da barragem, acho que até mais talvez R$ 14,5 milhões. Portanto, estamos trabalhando e é isso que nós vamos fazer. E eu disse aqui nas minha palavras, que meu sonho nos próximos dois anos de governo é quem sabe conseguir, por completo, por inteiro, derrotar as crises hídricas pelas quais costumam passar o Nordeste. Especialmente concluindo em definitivo a transposição do Rio São Francisco.

RÁDIO JORNAL: Ouvinte pergunta se o presidente trouxe dinheiro para pagar os salários em atraso dos pipeiros. Não teria alguma forma de tratar a seca do Nordeste como emergência para dar velocidade a esses pagamentos?

TEMER: Estamos tratando a seca como emergência, pode responder ao nosso ouvinte aí. Tanto que estamos liberando importâncias, o Helder Barbalho da Integração Nacional está liberando importâncias exatamente para o pagamento dos carros pipa. Uma das tarefas, além das adutoras e outras tantas obras, nós estamos preocupados com essa questão, como disse, aparentemente menor, mas que é de grande importância, que é a manutenção e até a ampliação dos carros pipas para todo o Pernambuco e toda a região do Nordeste.

RÁDIO JORNAL: Qual a data de conclusão da obra? O senhor pode dizer uma data para a inauguração?

TEMER: Eu posso dizer, com quase segurança, o trecho leste da transposição será inaugurado até fevereiro, março o mais tardar. E o trecho norte também no primeiro semestre. Nós estamos fazendo muito esforço pra isso. O Ministério da Integração está trabalhando ativamente nisso daí, hoje, alias, pode verificar nos jornais, saiu o edital de licitação, porque uma das empresas que trabalhavam num dos trechos, acho que o trecho de Jati, teve problemas com a recuperação judicial e no dia de hoje, precisamente, está saindo o edital para nova licitação. A licitação se dará daqui a aproximadamente um mês e logo na sequencia, com o vencedor, retomam-se as obras para que nós possamos cumprir esses desígnios que estou mencionando a você.

RÁDIO JORNAL: O líder do PSDB na Câmara Antônio Imbassahy teria sido escolhido pelo senhor para substituir Geddel Vieira Lima na Secretaria de Governo, o senhor confirma que recuou da escolha por causa da reação do Centrão?

TEMER: Recuo Zero! Não houve convite ao iminente deputado Antônio Imbassahy. Houve conversações relativas a ampliação do PSDB no meu ministério. Quando me falaram do Imbassahy eu logo recebi com o maior agrado. Porque o Imbassahy é um homem politicamente muito adequado, elegantíssimo no trato, e é exatamente o que eu preciso lá na Secretaria de Governo. Mas houve algum equivoco de comunicação, porque antes que eu o convidasse, antes que fechasse esse assunto, a imprensa noticiou. Não sei por meio de quem, não sei quem vazou essas informações, mas o fato é que não estava fechada está matéria. E de fato, houve uma certa reação, não com relação ao nome do Imbassahy, que é um nome mais do que prezado por mim e pelos colegas do parlamento, mas é que estamos em processo de eleições na Câmara Federal. Alguns partidos acharam que isso poderia favorecer um ou outro candidato. E daí a razão pela qual eu disse e havia dito antes: vamos primeiro, que é o que se faz, com habilidade, vamos primeiro costurar os apoios todos necessários, de todos os setores da base. Nós temos uma base muito ampla. Eu não posso, especialmente tendo em vista o apoio extraordinário que o Congresso Nacional está dando as nossas medidas, eu não posso, digamos, desagradar, uma ponta da base. As reações, digamos assim, não tiveram muita razão de ser, porque eu não tinha convidado o Imbassahy, e que volto a dizer, que tem a minha maior consideração e o meu maior apreço.

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RÁDIO JORNAL: O senhor tem receio que as recentes acusações contra o ministro Eliseu Padilha termine em crise no governo?

TEMER: Não há crise no governo. Por mais que insistam em dizer que há crise no governo. Enquanto falam em crise o governo está trabalhando, como está fazendo aqui no Estado de Pernambuco. Há uma ou outra notícia que são sempre justificadas e é o que o ministro Padilha está fazendo. Então não vamos tomar a ideia que um fato dessa natureza pode atrapalhar o governo.

RÁDIO JORNAL: Estamos atravessando uma das piores secas das últimas décadas. No momento econômico que estamos vivendo, nós temos dinheiro pra tocar essas obras e de fato concluir pra ver se melhora a vida principalmente do sertanejo?

TEMER: De fato há restrições orçamentárias, como disse a vocês a pouco, né? Nós até estabelecimentos uma proposta de emenda constitucional com teto dos gastos públicos. Mas aqui, nós temos absoluta convicção da emergência, da urgência, da conclusão dessas obras. Então, para essas obras ainda que seja para tirar dinheiro de outros setores, nós vamos alocar recursos, como estamos alocando. Já anunciei hoje aqui vários recursos, anunciarei outros em outras obras que vamos visitar. De modo que nós temos feito isso com muito tranquilidade.

RÁDIO JORNAL: Polícia pode fazer greve?

TEMER: Olhe, ainda a pouco conversava com o governador Paulo Câmara e ele me contava dessa greve. Eu acho grave, essa greve de serviços, afinal são serviços essenciais. Mas o governador me disse que está dialogando com setores da Polícia Militar e eu suponho que logo logo está crise fique superada aqui. E ao logo do tempo, se houver a possibilidade de recomendação, eu recomendaria sempre que esses setores essenciais não façam greve. Alias, há até uma previsão constitucional nessa medida, a pouco tempo até, convenhamos, o Supremo Tribunal Federal decidiu num acordão que os dias de greve, dia de paralisação, não serão computados para efeito de pagamento. Ou seja, está havendo uma evolução nessa questão.

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