Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann classificou a saída do ex-prefeito do Recife João Paulo da sigla como um momento infeliz por ele ter deixado o PT e na véspera da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Deu uma simbologia muito ruim”, comentou Gleisi em entrevista à Rádio Jornal.
“Eu lamento a saída de João Paulo. Tive muita consideração por ele, companheiro de lutas. Ele escolheu um momento muito infeliz para deixar o partido”, afirmou a senadora. O ex-prefeito migrou para o PCdoB e disse durante sua filiação que vai continuar na defesa de Lula.
Durante a entrevista ela ainda admitiu ter procurado João Paulo, mas não conseguiu contato com o agora filiado ao PCdoB. “Tentei falar com ele, mas ele não queria ouvir para não ter apelos para ficar”, afirmou Gleisi.
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João Paulo era um dos nomes do PT para que a sigla apoiasse a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), mas enfrentava resistências internas. O PT mantém pré-candidaturas ao governo do Estado como da vereadora do Recife Marília Arraes. Uma candidatura do PT favorece o projeto da oposição de levar a eleição para o segundo turno.
O PCdoB, por outro lado, já está na chapa do PSB. João Paulo já estava descontente com os rumos do PT e se afastou das funções partidárias nas últimas semanas para tentar pressionar a legenda.
Histórico de João Paulo
João Paulo foi prefeito do Recife por dois mandatos, entre os anos de 2001 e 2008. Em 2010, elegeu-se deputado federal. Em contrapartida, o ex-prefeito sofreu depois três derrotas eleitorais seguidas em 2012, 2014 e 2016. Isso estimularia João Paulo a buscar uma chapa competitiva para disputar a eleição deste ano.
Sobre as eleições em Pernambuco e a possível aliança com o PSB, Gleiso disse que as conversas devem acontecer mais à frente e destacou que o PT segue com três pré-candidaturas ao Governo do Estado, entre elas a da vereadora Marília Arraes que foi destacada por Gleisi.