A Volkswagen admitiu a culpa por fraude e pagará multas adicionais no total de US$ 4,3 bilhões nos Estados Unidos, devido ao "Dieselgate" - anunciou o Departamento de Justiça nesta quarta-feira (11).
Essa combinação de multas civis e penais permitirá à fabricante alemã escapar de julgamento. Além disso, soma-se aos US$ 17,5 bilhões que a montadora já se comprometeu a desembolsar para cobrir os custos do escândalo que veio à tona em setembro de 2015 nos Estados Unidos.
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A empresa reconheceu que participou de uma "conspiração" para enganar seus clientes e as autoridades americanas, mas também "obstruiu a Justiça", destruindo documentos para ocultar suas atuações, informou o Departamento em um comunicado.
"As tentativas da Volkswagen para driblar os regulamentos sobre as emissões e importar carros homologados de forma fraudulenta são uma violação flagrante das leis do nosso país sobre o meio ambiente, a defesa dos consumidores e as leis financeiras", assinalou a secretária americana da Justiça, Loretta Lynch.
Fraude
No final de 2015, a Volkswagen teve de reconhecer que equipou 11 milhões de seus veículos no mundo, entre eles 600.000 nos Estados Unidos, com um programa que minimizava o nível real das emissões de gases poluentes.
As autoridades anunciaram também o indiciamento de cinco novos empregados e diretores da empresa, todos residentes na Alemanha. Segundo os termos do acordo, o grupo será avaliado nos próximos três anos, durante os quais terá que se submeter ao controle de um auditor independente encarregado de verificar que, efetivamente, suas práticas mudaram.
"A Volkswagen lamenta profundamente o comportamento que provocou a crise do diesel", reagiu o diretor do grupo, Matthias Müller. "Continuaremos nossos esforços para mudar nossa maneira de pensar e de trabalhar".
O gigante de Wolfsburg (Alemanha) se comprometeu também a "cooperar plenamente" com as autoridades americanas para processar, se necessário, funcionários e diretores da Volkswagen envolvidos na fraude.