Em nota oficial divulgada na tarde desta quarta-feira, no Recife, o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, do PMDB, acabou de anunciar que desistiu de disputar a reeleição nas próximas eleições. O senador disse que o governador Eduardo Campos chegou a convida-lo para disputar a reeleição, mas ele declinou, sob a justificativa de que era a hora de ajudar na renovação dos quadros políticos, em sintonia com a proposta de uma nova política defendida pelo socialista.
Com sua “desistência” da chapa majoritária, o PMDB indicou o nome do deputado federal Raul Henry para a vaga de vice-governador na chapa governista.
Na nota, o ex-governador e ex-prefeito do Recife avisa que não abandonará a vida pública, embora esteja na prática aposentando-se do senado.
A aliança do ex-governador e o socialista, depois de décadas de escaramuças, ocorreu há dois anos, quando os partidos se aliaram para derrubar o PT da Prefeitura da Cidade do Recife. Na nota, o senador lembra que o PMDB abriu mão da indicação de Raul Henry para disputar o cargo de prefeito. Na época, o Blog de Jamildo antecipou a movimentação e revelou que o acordo político passava pela eleição presidencial de Eduardo Campos, em 2014
Neste momento, a substituição do nome do senador faz parte da estratégia eleitoral dos socialistas. Caso Jarbas permanecesse na chapa, seria fácil para os petistas colocarem a pecha de antilulista, uma vez que o ex-governador bate com freqüência e virulência no ex-presidente e na sucessora Dilma. Não por coincidência, depois de assumir a oposição na Assembleia Legislativa do Estado, o PT chamou hoje o governador Eduardo Campos de ingrato e incoerente, recomendando ainda que fizesse um exame de consciência em relação a Lula, numa referência aos investimentos no Estado, quando era presidente.
Na eleição de Geraldo Julio, os socialistas já haviam feito movimento semelhante, indicado o comunista Luciano Siqueira (PC do B) para o cargo de vice-prefeito, em uma tentativa de radicalizar à esquerda. Como ele havia sido vice-prefeito na gestão do petista João Paulo, ficaria difícil para o PT acusar a chapa socialista de conservadora.
