
Após horas de tumulto, numa sessão que ainda segue em andamento, veio de um dos principais redutos políticos do Partido dos Trabalhadores (PT), Pernambuco, o voto 342 - que corresponde a dois terços dos 513 deputados - em favor do processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O voto decisivo para aprovar o pedido de afastamento veio do deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE). Um dos principais opositores ao governo petista. O processo segue agora Senado Federal. "Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros senhoras e senhores, Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao brasil sim para o futuro", disse Bruno, que estava emocionado no momento do voto.
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Ela só será afastada das funções no momento em que o Senado instaurar o processo de impeachment, o que acontece com maioria simples de votos, 41 votos. Conforme o calendário proposto pela assessoria técnica da Casa, isso pode acontecer em até 24 dias após a manifestação da Câmara. Ou seja, até o dia 11 de maio.
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No próximo passo, o processo passa a ser julgado pelos senadores. Caso esse julgamento demore mais do que 180 dias, Dilma poderá retornar ao cargo enquanto o processo segue. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), já afirmou que não pretende acelerar o rito, caso seja aprovado pela Câmara.
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A sessão no Senado é conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Se ao menos dois terços dos 81 senadores (54 votos) decidirem pela condenação, a presidente da República perderá o cargo e ficará inabilitada por oito anos para o exercício da função pública.
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Caso o impeachment seja aprovado no Senado, somente a presidente perderá o cargo. Quem assume em seu lugar é o vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Se, por qualquer razão, ele não puder ficar à frente da presidência, a Constituição estabelece que serão convocados, sucessivamente, o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF.