
Diante de mobilizações contra a emenda que pode anistiar o caixa dois, Michel Temer (PMDB) chamou os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para fechar um acordo para evitar a tramitação da matéria. "Seria impossível ao presidente da República sancionar uma matéria dessa natureza. Não há a menor condição de levar adiante essa proposta", afirmou Temer em coletiva de imprensa neste domingo (27) para anunciar o que chamou de "ajuste constitucional".
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Temer alegou que o comunicado foi dado entre os três para "desestimular qualquer movimento interno na Câmara ou no Senado para fazer tramitar essa matéria". "Nós conversamos e verificamos que era possível atender aquilo que se chama voz nas ruas, que é a reprodução do dispositivo constitucional que diz que o governo não é nosso", disse o presidente junto aos aliados.
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Rodrigo Maia afirmou que espera conseguir votar no plenário o pacote de medidas contra a corrupção, criadas após um movimento da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que conduz a Operação Lava Jato. "Nós não estamos votando as 10 medidas para anistiar nenhum crime", assegurou.















O presidente da Câmara lembrou que já houve anistia a crimes tributários como lavagem de dinheiro e evasão de divisas recentemente na Lei da Repatriação.
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"Não haverá apreciação de anistia a crime eleitoral", frisou Renan Calheiros. O peemedebista afirmou que há outras pautas consideradas por ele mais importantes e que estão no calendário do Senado, como a Proposta de Emenda à Constituição 55/206, a PEC do Teto, que limita o crescimento dos gastos públicos ao avanço da inflação. O presidente do Congresso citou ainda a lei orçamentária do próximo ano.
Economia
Questionado sobre a crise econômica, Temer saiu em defesa da sua equipe, frisou que o momento ainda é de combate à recessão e disse que a previsão de melhora na economia é só no segundo semestre do próximo ano. "Acho que nunca houve lua de mel, convenhamos que sempre houve muito fel na estrada", afirmou. "Nós apanhamos o Brasil em uma recessão profunda e, a partir daí, que temos que retomar ou amenizar a recessão", disse ainda o peemedebista que foi vice-presidente por seis anos antes de assumir a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).